Cuiabá, Domingo, 12 de Outubro de 2025
PROJETO GAIA
13.01.2023 | 17h09 Tamanho do texto A- A+

REM MT incentiva produção agroecológica de famílias em Sinop

Atualmente, o projeto trabalha com 7 famílias cooperadas, que já desenvolviam práticas agroecológicas

Divulgação

Imagens do projeto Gaia

Imagens do projeto Gaia

DA REDAÇÃO

O Projeto Gaia – Rede de Cooperação para a Sustentabilidade, apoiado pelo Programa REM MT, planta a semente da agroecologia desde 2019.

 

Segundo a mitologia grega, “gaia” representa a Mãe-Terra, elemento primordial e latente, de uma potencialidade geradora incrível. O projeto leva esse nome, justamente, porque busca fazer uma produção mais sustentável e proveitosa.

 

O projeto sempre busca promover as experiências positivas de famílias e produtores, que adotaram sistemas agroflorestais e agroecológicos para desenvolver a agricultura orgânica da região de Sinop. 

 

A coordenadora do projeto Gaia e professora da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Rafaella Felipe, descreve como a agroecologia é importante para a manutenção da floresta em pé e para a preservação da saúde das famílias produtoras e consumidoras.

 

Se a gente pensar que o produto orgânico é mais saudável, a gente está trabalhando toda essa cadeia do campo e cidade priorizando a saúde

"Esses agricultores utilizam produtos que não são recomendados, doses erradas, adoecem muito por conta disso. Então, a agricultura orgânica e de base agroecológica, que é o que a gente trabalha, é o melhor caminho para a agricultura familiar", explica Raffaela.

 

Ela ressalta ainda que toda a cadeia é valorizada quando uma produção é ecológica.

 

“Se a gente pensar que o produto orgânico é mais saudável, a gente está trabalhando toda essa cadeia do campo e cidade priorizando a saúde. Aí vem outros valores, a própria lei traz questões importantes como: social, sustentabilidade global da propriedade, da água, solo, animais e relações trabalhistas. Então, tudo isso está na legislação orgânica. Não é simplesmente não usar agrotóxico ou sementes transgênicas, vai muito além”, pontua a coordenadora.

 

Vale destacar que pela legislação brasileira, considera-se um produto orgânico, seja ele in natura ou processado, aquele que é obtido em um sistema orgânico de produção agropecuária ou oriundo de processo extrativista sustentável e não prejudicial ao ecossistema local. 

 

Coopervia e agroecologia

 

Atualmente, o projeto trabalha com 7 famílias cooperadas, que já desenvolviam práticas agroecológicas, como não usar agrotóxico. Para ampliar o conhecimento e incentivar a agricultura orgânica da região, o projeto Gaia implantou os sistemas agroflorestais para assistir às famílias.

 

“São sistemas onde a gente trabalha numa área de forma mais diversificada, e além da diversificação das árvores, a gente tem hortaliças, grãos, tudo organizado, respeitando o seu espaço, a necessidade de luz”, continua.

 

Para ela, a agroecologia não trabalha somente com o meio ambiente, mas envolve questões sociais, como valorizar as mulheres e os saberes tradicionais de quem sempre trabalhou no campo.

 

“A agroecologia é muito completa, tem pelo menos 7 dimensões, que ela traz muito forte a questão de gênero por exemplo, a valorização das mulheres, a questão cultural, da gente valorizar os saberes, ela traz toda a questão da troca, da não imposição de saberes. Então, a gente faz um conhecimento científico, mas é aliado ao saber tradicional”.

 

Foram introduzidos também os bioinsumos, que são produtos orgânicos feitos pela comunidade. Além da adubação verde, também utilizam a rotação de cultura.

 

Portanto, a diversidade de produção é enorme: eles plantam desde árvores frutíferas, como banana, acerola, goiaba e amora, até hortaliças, como cenoura, beterraba, mandioca e milho.

 

O ciclo das águas também é respeitado, contando com o período das chuvas e a seca. No caso da produção de hortaliças, o agricultor costuma sofrer mais com as chuvas. E o Programa REM MT incentivou a produção justamente neste ponto, ao financiar uma espécie de um túnel que protege as folhosas do excesso de água. 

 

O apoio do REM MT começou em 2020, e se não fosse por ele, a implantação do sistema agroflorestal passaria por muitas dificuldades, reflete Rafaella. 

 

“Além de toda a assistência técnica e extensão rural, o projeto leva implementos, como motocultivador, irrigação das áreas, mudas, insumos, sementes, tudo para iniciar os sistemas agroflorestais. E todo esse recurso foi pelo REM MT”, conta.

 

Fora o recurso, o projeto conseguiu sensibilizar professores, pesquisadores e técnicos a verem esse exemplo de sistema, realizando atividades de pesquisa e somando com a agroecologia.

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