Cuiabá, Terça-Feira, 4 de Novembro de 2025
SE ESSA RUA FOSSE MINHA...
22.04.2011 | 18h51 Tamanho do texto A- A+

Rua na região central é motivo de briga na Justiça

Moradores dizem que falta vontade política para a solução do problema

KATIANA PEREIRA
DA REDAÇÃO

A rua Monsenhor Trebauré localizada na região central de Cuiabá é motivo de briga há mais de 14 anos. A via tem início na Comandante Costa, cruza a Batista das Neves e termina aproximadamente a 83 metros antes da avenida Marechal Deodoro. Moradores de oito condomínios e proprietários de comércios na Marechal Deodoro, reivindicam o prolongamento da Monsenhor Trebauré até a avenida.

"É uma dificuldade morar aqui. Com o movimento da avenida, ficamos sem local para estacionar, receber encomendas. Não existe área de carga e descarga para quem mora por aqui. O prolongamento da rua iria descongestionar o trânsito na região. Falta vontade da prefeitura em agilizar a situação, que beneficiaria toda a cidade", disse a síndica do condomínio New York, Enil Silva Nunes da Conceição.

Os moradores dizem ainda que a área é praticamente abandonada pelo proprietário. "Fica esta área enorme no centro da cidade sem utilização. O terreno acumula mato e lixo, vira um ponto de focos da dengue. Constantemente os moradores do condomínio têm que pagar para fazer a limpeza, a pessoa que se diz proprietário não faz isso", revelou a síndica.

O título de propriedade do imóvel até hoje é motivo de briga na justiça. Ações tramitam na justiça de Mato Grosso. O empresário Ricardo Bufollim afirma que é dono do imóvel, mas não apresenta a documentação solicitada.

"Eu sou dono deste terreno e mais outros 50 em Cuiabá. Tenho toda a documentação que prova isso, não preciso mostrar para ninguém. Os moradores reclamam que o terreno fica sujo, mas se eu for pagar para limpar todos os imóveis que tenho eu vivo para pagar a limpeza", revelou o empresário.

Bufollim disse ainda que não tem interesse em vender o terreno e nem fazer acordo com a prefeitura e moradores para que a rua seja prolongada. "Não me interessa esse prolongamento, eu quero construir um barracão no próximo ano".

A Secretaria de Meio Ambiente e Assuntos Fundiários de Cuiabá, disse por meio de assessoria que conhece a situação, mas que não pode intervir, já que o imóvel está em briga judicial. A secretaria reconhece que a pavimentação da rua beneficiaria não apenas os moradores da região, mas toda a região central da Capital.

Briga antiga

Em 1996 o ex-prefeito José Meireles decretou que a rua Monsenhor Trebauré fosse prolongada até a avenida Marechal Deodoro. A justificativa é que o prolongamento é de utilidade pública. O decreto diz ainda que a desapropriação seria de forma amigável.

Desde então pouca coisa mudou. A rua continua sem a pavimentação e a briga entre moradores da região e o proprietário é prolongada através de recursos judiciais. A única mudança efetiva foi a instalação de um portão de ferro com cadeado que "tranca" a rua.


A rua é usada como atalho para os motorista mais apressados;


 83 metros de rua e uma briga de 14 anos.

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COMENTÁRIOS
8 Comentário(s).

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pantaneiro  23.04.11 16h05
Que vergonha!!! Falta administrador, não, falta assessoria jurídica para o nobre Prefeito da nossa eterna Cuiabá. Ora bolas, num Estado de direito, desses ditos democráticos, o cidadão detem a posse de qualquer bem "imóvel" PRECARIAMENTE, isto é, se o ente público entender e provar que esse imóvel é de utilidade pública, simplesmente, digo, SIMPLESMENTE o desapropria, depositando na conta e/ou em juízo do precário proprietário o valor venal do bem incorporando ao acervo público e ponto!!! Se o proprietário discordar do valor da indenização, que recorra à justiça!!! E toca-se a vida, ora bolas, sempre foi assim!!! Que vontade de cham-a-los todo de... não o faço pelo simples fatp de ser censurado. Ah, o MPE... deixa prá lá, agora sim que não publicam seu otário.
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Raul Miranda   23.04.11 14h57
A prefeitura tem que criar mecanismos para barrar a atuação destes especuladores imobiliários, eles não produzem nada para a cidade. Deixam seus terrenos acumulando lixo e mato, e prejudicam o desenvolvimento da cidade. Uma possível solução seria a prefeitura fazer a limpeza dos terrenos baldios e lançar o valor da limpeza no iptu.
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Junior San  23.04.11 12h58
Cuiabá deve ser a pasargada desse proprietário de 50 terrenos; se ele não é amigo rei, é muito amigo de algum dos amigos do rei. Aqui nessa pasargada cuiabana o Rei aumenta sem critérios o IPTU punindo os proprietarios de imóvel ocupados (no criterioso aumento bairro como parque cuiabá ficou com ITU mais caro do que bairro nobre, nesses também deve ter algum amigo do rei? mas nao tem peito pra efetivamente punir os especuladores com IPTU progressivo.
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Ricardo Marques  23.04.11 09h42
Enquanto a Prefeitura e a Câmara Municipal não fazem nada vai ser dessa forma. Tem que multar, cobrar o IPTU mais caro de quem tem terreno baldio sujo. O cara quer ter 50 terrenos mas não tem condições de mantê-los.
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waldomiro lopes  23.04.11 09h03
O sr.Ricardo Buffolin quando morrer irá levar com ele este terreno e mais os outros cincoenta.
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