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NOS EUA
05.03.2014 | 13h29 Tamanho do texto A- A+

Sede da Telexfree está sob investigação em Massachusetts

Apontada como eixo de operação do negócio, unidade é alvo de autoridades

Reprodução

Carlos Costa, diretor de marketing da Telexfree, anuncia recuperação judicial da empresa, em 20 de setembro de 2013.

Carlos Costa, diretor de marketing da Telexfree, anuncia recuperação judicial da empresa, em 20 de setembro de 2013.

DO IG
A sede da Telexfree em Massachusetts, Estados Unidos, está sob investigação do governo local. A unidade é apontada como o eixo pelo qual o negócio é operado, o que permitiu continuar a ser acessível a residentes no Brasil, onde a Justiça determinou o bloqueio da atividades por suspeita de pirâmide financeira. A empresa americana é também responsável pelo patrocínio ao clube Botafogo de Futebol e Regatas, do Rio de Janeiro.

A Telexfree, INC. foi criada na cidade de Marlborough em 2002 pelo brasileiro Carlos Wanzeler e pelo americano James Matthew Merrill. Eles trouxeram o negócio para o Brasil em 2010, por meio da Ympactus Comercial, com sede em Vitória, e alvo do bloqueio judicial. Aqui, atraíram cerca de 1 milhão de pessoas, segundo estimativas do Ministério Público do Acre (MP-AC).

As investigações nos EUA são realizadas pelo escritório do Secretário de Estado da Comunidade de Massachusetts, William F. Galvin. O órgão tem o poder para bloquear atividades comerciais no Estado, e subsidiar apuração federais.

Em novembro, Galvin proibiu a atuação de um negócio que prometia lucros elevados por meio do marketing multinível de serviços virtuais, à semelhança do que faz a Telexfree.

As investigações americanas estão em andamento pelo menos desde março de 2013, segundo a reportagem apurou, mas vinham sendo mantidas sob sigilo. A primeira confirmação oficial foi feita na sexta-feira (28) por Brian McNiff, diretor de Comunicação do Secretário de Estado a um blog dos EUA sobre pirâmides financeiras.

Mcniff confirmou a existência de uma investigação sobre a empresa, mas não comentou quando ela teve início nem se alguém da empresa será ouvido.

"Nós temos a política de não comentar casos em andamento", disse. "Qualquer ação que for tomada aqui chega ao conhecimento de outras jurisdições [governos estaduais e federal]", afirmou, sobre o possível impacto de investigações em Massachusetts.

A reportagem procurou três advogados da empresa no Brasil e um nos EUA, mas não obteve nenhum comentário imediatamente. Em outras ocasiões, representantes da empresa negaram irregularidades. Um assessor do Botafogo também não retornou o recado deixado em seu celular.

Empresa americana

A Telexfree informa atuar no mercado de telefonia VoIP por meio do sistema de marketing multinível, um modelo de varejo legal em que representantes autônomos ganham ao trazer mais representantes para a rede.

Para o Ministério Público do Acre (MP-AC), entretanto, o negócio usa as taxas de adesão de quem entrou depois para remunerar quem entrou antes, num esquema típico de pirâmide financeira.

Em junho de 2013, a 2ª Vara Cível de Rio Branco determinou o congelamento das contas da Ympactus – braço do negócio no Brasil – e de Wanzeler, Merrill e Carlos Costa, apontado como diretor de marketing e sócio da empresa. Também foram bloqueados novos cadastros de residentes no País, embora isso ainda fosse possível, como o iG mostrou.

Os responsáveis pelo negócio, então, passaram a tentar migrar os associados brasileiros para a Telexfree americana, como é chamada – a proposta foi feita ao MP –AC, mas rejeitada. A empresa firmou um acordo com o E-Wallet, sistema de pagamentos via internet que, segundo os divulgadores, ainda permite o recebimento do dinheiro no Brasil.

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