Os servidores do Departamento Estadual de Trânsito (Detran) decidiram encerrar a greve geral e retomar às atividades funcionais a partir desta quarta-feira (9), após não conseguir entrar em acordo com o Governo do Estado.
Segundo a categoria, a decisão foi tomada para atender pedido dos deputados estaduais, que estão intermediando o diálogo entre o Sindicato dos Servidores do Detran (Sinetran-MT) e o Governo do Estado.
A decisão de encerramento da greve ocorreu no fim da manhã desta terça-feira (8), em uma assembleia-geral realizada pela categoria.
A greve dos servidores do Detran-MT teve início em 26 de outubro e durou 44 dias.
Neste período, os trabalhadores chegaram a encerrar o movimento durante 10 dias, porém o retomaram, após não conseguirem ter suas demandas atendidas.
A paralisação foi declarada ilegal pela Justiça no dia 29 de outubro. O sindicato foi notificado no dia 3 de novembro, mas ignorou a ordem do Poder Judiciário.
O secretário-chefe da Casa Civil, Paulo Taques, representando o Governo, informou que não negociaria com a classe enquanto a greve permanecesse.
Uma das principais reivindicações da categoria é a nomeação de servidores concursados no órgão. No dia 1º de dezembro, o Governo nomeou 30 aprovados no certame.
Porém, a categoria permaneceu em greve, alegando que esta não era a única pauta e que a quantidade de nomeados não era suficiente para atender à demanda do órgão.
A presidente do Sinetran-MT, Daiane Renner, explicou que o encerramento da greve foi definido após solicitação de um grupo de deputados estaduais, que se comprometeram a dialogar com o Governo sobre o assunto.
“Alguns deputados da Assembleia Legislativa vão intermediar o diálogo. Estamos aguardando o Governo ser notificado, para que possamos agendar reuniões”, disse.
“Ainda estamos aguardando o atendimento às nossas reivindicações, referentes a melhores condições de trabalho e no atendimento ao público”, completou.
Sobre a nomeação dos aprovados, em 1º de dezembro, a sindicalista revelou que o fato não trará grandes benefícios.
“Esse número não vai suprir toda a demanda que o Detran tem, por isso não concordo com a nomeação de somente 30 aprovados. Além disso, há recurso para a contratação dos 489 aprovados, pois estava na Lei Orçamentária deste ano”, afirmou.
Reivindicações
Além da nomeação dos aprovados, também estão na pauta de reivindicações dos servidores a implementação da política de saúde e segurança do trabalhador; implementação do Programa de Formação e Qualificação para o Sistema Nacional de Trânsito e Publicação do Manual de Procedimentos da autarquia; segurança nas unidades do Detran-MT, devido à elevação no número de ocorrências de furtos principalmente nos pátios de apreensão do interior do Estado, que estão totalmente descobertos de medidas de segurança; estrutura nas unidades, devido ao sucateamento e à precarização das condições de trabalho e de atendimento; Cumprimento do banco de horas e segurança no sistema de controle de ponto.
Mutirão do Governo
Bruno Cidade/MidiaNews
Greve do Detran durou mais de 40 dias; trabalhadores retornarão nesta quarta-feira (9)
O Governo de Mato Grosso informou que realizará um mutirão para desafogar o atendimento no Departamento Estadual de Trânsito (Detran).
O Estado disse que, durante a greve, cerca de 12 mil processos relacionados a veículos ficaram parados no Estado, sendo 3 mil somente em Cuiabá.
O mutirão começa na tarde da próxima sexta-feira (11) em Cuiabá, na Arena Pantanal, e em cinco pólos do interior: Rondonópolis, Sinop, Tangará da Serra, Cáceres e Barra do Garças.
Haverá atendimento, inclusive, durante o fim de semana.
O atendimento será feito por uma força-tarefa de 100 servidores do governo, a maioria, civis.
O Governo informou que as pessoas que trabalharem no evento receberão capacitação a partir desta terça-feira (8) até sexta-feira (11).
O treinamento deverá ser coordenado por funcionários do Detran.
A presidente do Sinetran-MT afirmou que a medida de realizar mutirão com servidores do governo, que não atuam no Detran, é um “desrespeito” à categoria.
“Isso é um total desrespeito, até mesmo com os aprovados no concurso público. Esses profissionais que irão exercer o papel de servidores do Detran não possuem qualificação para esse tipo de serviço”, declarou.
A greve
No dia 9 de novembro, a pedido do Governo de Mato Grosso, a Justiça dobrou para R$ 200 mil por dia a multa imposta ao Sinetran, por descumprimento da ordem de encerramento da greve.
No último dia 17, os servidores se reuniram com o procurador-geral do Estado, Patryck Ayala, com o secretário de Gestão, Júlio Modesto, e com o presidente do Detran, Rogers Jarbas, no Núcleo de Conciliação do Tribunal de Justiça. No entanto, as partes não entraram em acordo.
Na ocasião, o Estado propôs a convocação de 30 aprovados no concurso neste ano e, tendo sido restabelecido o equilíbrio econômico, a nomeação de outros 100 aprovados até o dia 30 de setembro de 2016.
Em 2017, seriam convocados mais 160 aprovados e, em 2018, os 199 restantes. Os grevistas não aceitaram a proposta.
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7 Comentário(s).
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Ana Mota 09.12.15 12h39 | ||||
Os caras estão querendo, justamente, dar chance para quem passou no concurso trabalhar... Parece que neguinho só entende a parte que quer. Trabalhar na iniciativa privada é mole, basta alguém indicar, não é mérito algum. Agora a pessoa estuda, passa na prova, ajuda a encher os cofres públicos com o dinheiro da inscrição e em vez de chamar os concursados o governo faz desvio de função, que maravilha! É o governo prepotente chamando de babaca todos que fizeram o concurso e o cidadão que merece atendimento de qualidade. | ||||
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thiago 09.12.15 08h03 | ||||
Onde está o desrespeito? Ir contra um decisão judicial é legal? Pelo que entendi, será um trabalho temporário para suprir a demanda de processos que estão parados, graças ao movimento grevista. Então cabe a pergunta? Onde está o desrespeito? | ||||
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Paula Souza 09.12.15 07h58 | ||||
Parabéns ao governador,chama quem quer trabalhar,tem mesmo que eliminar esses grevistas que so quer ganhar bem,mas na hora do atendimento são grossos e atende de qualquer jeito.. | ||||
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Daniel Ribeiro de Oliveira 08.12.15 18h43 | ||||
A greve é legal segundo a nossa Constituição, agora o que não pode em hipótese alguma que tais paralisação prejudiquem terceiros, no presente caso, os cidadãos que são prejudicados diretamente. Caso esteja descontente peça demissão e dê a vagas para os milhões que estão a procura de empregos. | ||||
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israel borges 08.12.15 17h10 | ||||
não sou contra o movimentos das greves mas porem ordem judicial se cumpra | ||||
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