Protestos - simetria

Os servidores do Ministério Público do Trabalho e do Ministério Público Federal em Mato Grosso protestaram na tarde desta quinta-feira (2), em frente à Procuradoria da República, em Cuiabá, para cobrar um reajuste salarial de 24% ao longo dos próximos três anos.
O ato integra um movimento nacional, que prevê paralisação das atividades em 16 de outubro e possibilidade de greve por tempo indeterminado.
De acordo com Keila Rodrigues do Prado, diretora executiva do SindMPU de Mato Grosso (Sindicato Nacional dos Servidores do MPU, CNMP e ESMPU), o protesto é em defesa da valorização das carreiras.
A categoria reivindica, entre outros pontos, a correção de distorções salariais, a atualização do adicional de qualificação e a inclusão, no orçamento do MPU, do reajuste de 8% ao ano em 2026, 2027 e 2028 – já aprovado para o Judiciário. A proposta ficou conhecida como “8+8+8”. Eles também reivindicam melhores condições de trabalho.
“Entre as principais pautas está a paridade com os servidores do Poder Judiciário, uma vez que as carreiras do Ministério Público da União exercem funções equivalentes e, ainda assim, seguem com tratamento desigual em termos de remuneração e benefícios”, afirmou.
“O Judiciário, por exemplo, teve reajuste de 8% em três anos. A cada ano, o Ministério Público da União também recebia o mesmo índice. Mas neste ano, o Judiciário aprovou três parcelas de 8% — em 2026, 2027 e 2028 — além da atualização do adicional de qualificação. O Ministério Público da União não fez nada disso e simplesmente alegou não ter orçamento”, completou.
Segundo Keila, há duas categorias no Ministério Público: a dos membros — que inclui procuradores da República, do Trabalho, Militar e do Distrito Federal — e a dos servidores, formada por técnicos e analistas.
Ela explicou que a gestão do orçamento é feita pelos procuradores, que criaram um “acervo” para garantir adicionais aos próprios procuradores. “Com a criação desse acervo, não sobrou nada para o reajuste dos servidores. Há muito tempo, o Ministério Público da União tinha paridade e simetria com o Poder Judiciário da União”, disse.
Para ela, a falta de paridade provoca a desvalorização dos servidores, afetando a saúde mental e o clima organizacional.
“Insatisfação, desmotivação, falta de recursos para a própria capacitação — que hoje é custeada pelo servidor —, tudo isso impacta diretamente na qualidade do atendimento ao público. Essa falta de valorização reduz a motivação, enfraquece a formação e leva muitos profissionais a buscarem outros concursos”, apontou.
Keila também ressaltou que o reajuste reivindicado não cobre nem a inflação. “Já acumulamos em torno de 32% de perda. Esse reajuste não cobre sequer a inflação, o que nos deixa sempre em defasagem. Quando você divide o índice em três anos, além da inflação que já passou, ainda tem a que vai acontecer nos próximos anos. Estamos sempre com perda salarial”, afirmou.
“Temos consciência da força que um movimento articulado pode ter. Nosso objetivo é abrir um canal efetivo de diálogo. Se não houver resposta, o indicativo é de greve por tempo indeterminado”, afirmou Marcelo Dantas Ribeiro, diretor de comunicação do SindMPU.
Entre as principais pautas da mobilização estão:
- Paridade com o Judiciário: reconhecimento da igualdade de funções e tratamento isonômico;
- Reposição salarial: correção da defasagem inflacionária acumulada;
- Valorização do adicional de qualificação: incentivo à formação e à capacitação dos servidores;
- Melhores condições de trabalho: estrutura adequada e dimensionamento correto das equipes;
- Inclusão do reajuste 8+8+8 no orçamento do MPU.
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