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21.04.2024 | 10h10 Tamanho do texto A- A+

Sumiço de estudante completa 1 ano: “Sinto falta todos os dias”

Pamela Gracielly, de 29 anos, não é vista desde o dia 25 de abril do ano passado, quando saiu de casa

Arquivo pessoal

Pamela Gracielly, de 28 anos, cursa Pedagogia à distância e está desaparecida há um ano

Pamela Gracielly, de 28 anos, cursa Pedagogia à distância e está desaparecida há um ano

LIZ BRUNETTO
DA REDAÇÃO

A estudante de Pedagogia Pamela Gracielly da Silva Albuquerque, de 29 anos, desapareceu no dia 25 de abril de 2023, em Sinop, e, um ano depois, o caso segue rodeado de mistérios e sem novas pistas de seu paradeiro. 

Tenho esperanças de encontrar ela viva, porque até agora não foi nos entregue um corpo

 

A estudante de Engenharia Agrícola Ambiental, Karen Barbosa, de 26 anos, conta que esse foi um ano desafiador sem a irmã, e revela ainda ter esperanças de encontrá-la com vida. 

 

“Foi um ano desafiador e extremamente difícil. Todos os dias eu queria mandar mensagem para a minha irmã, falar com ela, ver como ela estava e não podia. Tenho esperanças de encontrá-la viva, porque até agora não foi nos entregue um corpo”, afirma. 

 

“Éramos muito próximas, nos víamos e falávamos sempre. Sinto a falta dela todos os dias”, disse Karen. 

 

Pamela saiu de casa sem dizer aonde ia e nunca mais voltou. Sua motocicleta foi encontrada pelo marido, no Bairro Recanto da Mata, próximo a um milharal e uma região de mata, poucas horas depois do sumiço. 

 

Uma câmera de segurança mostra ela pilotando sua moto sozinha, sem bolsa ou qualquer outro pertence. Apenas Pamela e seu celular desapareceram. 

 

“Durante esse ano passou muita coisa pela minha cabeça. Mas algumas possibilidades já foram descartadas, como o suposto suicídio. Procuramos por todos os lugares e não encontramos corpo”. 

Reprodução

Pamela Gracielly da Silva Albuquerque

Karen ao lado da irmã, Pamela (à direita), que desapareceu no dia 25 de abril de 2023

 

Karen diz também não crer em uma fuga. “Eu conhecia a minha irmã, ela não era uma pessoa de fazer coisas impensadas do tipo ‘ah, tô cansada, vou sumir’. Ela sempre pensou muito na família, principalmente na filha, e não viajava sem antes avisar todo mundo”. 

 

Busca incansável 

 

A Polícia não poupou esforços para chegar ao paradeiro de Pamela. As buscas contaram com cães farejadores, helicóptero e até reforço no quadro de investigadores do caso. O rastro da estudante simplesmente desapareceu. 

 

Segundo o delegado Bráulio Junqueira, da Divisão de Homicídios de Sinop, foram esgotadas todas as alternativas para encontrá-la e nada surtiu efeito. 

 

“Esgotamos todas as medidas legais, fizemos buscas, checamos filmagens, quebra de sigilo bancário, extrato telefônico, até com o Google nós conseguimos informação. Nenhuma das medidas técnicas deu resultado. Nenhuma!”, afirmou o delegado. 

 

Com mais de 23 anos na Polícia Civil, Junqueira conta que o desaparecimento de Pamela entrou para o rol de casos emblemáticos de sua carreira. 

 

“Para mim todos os casos são importantes, mas já tive alguns que me consumiram, casos emblemáticos que me marcaram. Temos que seguir a lei, que busca provas materiais e técnicas, mas nesse caso a gente ainda não conseguiu”, disse o delegado. 

 

Tudo para trás 

 

O marido de Pamela contou à família que recebeu mensagens da vítima dizendo que iria “sumir”, que ele “nunca mais a veria”. O homem teria levado as filhas para a escola e alegou que ao voltar não encontrou mais a esposa. 

Reprodução

Pamela Gracielly da Silva Albuquerque

Registro de câmera de segurança que mostra última imagem da vítima

 

Karen recorda que quando a Polícia foi até a casa da irmã a residência estava limpa e ela havia feito o almoço para dar à filha e à enteada antes delas irem para a escola. 

 

“A única coisa que a gente tem é aquela imagem da câmera, dela passando sem bolsa, Os documentos dela ficaram em casa. Como uma pessoa sai assim, sem levar nada? Parece que estava apressada. Alguma coisa aconteceu para ela desaparecer”, disse Karen. 

 

Linhas de investigação 

 

Segundo Junqueira, o inquérito foi instaurado como desaparecimento de pessoa e, apesar das diversas linhas de investigação, ele segue com essa classificação. 

 

“No início a gente achou que ela pudesse querer “dar um tempo”, ficando na casa de algum amigo, parente, algo assim. Mas o tempo foi passando e, se estivesse viva, ela teria contatado alguém”. 

 

O marido de Pamela chegou a entrar na mira da Polícia como suspeito de envolvimento no desaparecimento dela. Ele alegou que a esposa sofria de depressão, queria fugir e que os dois tiveram apenas um desentendimento, “coisa de casal”, antes do desaparecimento. 

 

A investigação caiu, novamente, em um beco sem saída e não houve nenhuma prova técnica do envolvimento do homem no desaparecimento da esposa. 

 

“Trabalhamos demais nesse caso. Fizemos buscas com helicóptero, com cães, com a ajuda dos bombeiros, tentamos localizar o corpo, acreditando na possibilidade de suicídio. Rodamos a cidade, as BRs, caso ela tivesse entrado em surto e se tornado andarilha”. 

 

“A cada nova pista nós íamos atrás. ‘Vimos ela em Terra Nova’, ‘vimos em União do Norte’. Checamos todas as informações. Não tem corpo, não tem testemunha, não tem nada”, disse o delegado. 

 

Durante esse período, a localização de um corpo no bairro em que a vítima desapareceu deixou a família em aflição. O corpo resultou ser de um homem que ainda não foi identificado. 

  

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Pamela Gracielly da Silva Albuquerque

Arquivo Pessoal

Pamela Gracielly da Silva Albuquerque

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Pamela Gracielly da Silva Albuquerque

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