KATIANA PEREIRA
DA REDAÇÃO
O Centro Acadêmico de Medicina João Alberto Novis (Cajan), que representa os estudantes de Medicina da Universidade de Cuiabá (Unic), condenou, nesta terça-feira (22), a posição da reitoria da instituição, de atribuir a baixa média obtida no CPC (Conceito Preliminar de Curso), do Ministério da Educação (MEC), ao desempenho dos próprios alunos no Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade).
O presidente do Cajan, Igor Carlos Dueti, revelou ao MidiaNews que tentou, sem sucesso, durante toda a segunda-feira (22), entregar uma nota de repúdio ao Grupo Kroton Iuni, que controla a Unic. O aluno alegou que os funcionários da instituição se negaram a receber o documento e, por isso, ele procurou a imprensa para registrar o descontentamento dos acadêmicos com a universidade.
"Quero informar que, durante o dia de segunda-feira, tentei protocolar esse documento perante a reitoria e ao setor de logística da Unic e ninguém quis recebê-lo. Isso mostra, mais uma vez, que a Unic e o Grupo Kroton Iuni estão despreocupados em atender as solicitações dos seus estudantes", disse o acadêmico.
O Cajan exige, ainda, uma "retratação urgente" da instituição, no que se refere ao trecho de nota que a Unic encaminhou ao MidiaNews, na última sexta-feira (18), atribuindo a culpa das notas baixas ao desempenho dos alunos. "Nós, estudantes de Medicina da Unic, queremos retratação pública já", afirmou Igor Dueti.
"Infelizmente, a nota obtida no CPC (Conceito Preliminar de Curso) não reflete apenas os investimentos em infraestutura, recursos didáticos pedagógicos e corpo docente realizados pela Unic, mas também o desempenho dos alunos no Enade (Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes)", diz a nota da instituição.
Média baixa
Em despacho publicado na sexta-feira (18), o MEC determinou que medidas cautelares fossem impostas à faculdade, devido às médias baixas - menores de 3 -, no Conceito Preliminar de Curso (CPC).
O curso de Medicina da Unic obteve nota 2. Por esse motivo, 58 vagas para o próximo vestibular foram cortadas. O curso, que oferecia 100 vagas, agora, depois da determinação do MEC, passará a oferecer apenas 42 vagas.
Além disso, foi instaurado um processo específico de supervisão, cujo objeto será o curso de graduação em Medicina. Dentro de 30 dias, a contar da ciência do despacho, a Unic deverá comprovar, por meio de documentos probatórios, as providências adotadas, como forma de cumprir as medidas cautelares administrativas impostas pelo MEC.
O curso de Medicina na Unic foi autorizado pelo MEC em 2004 e tem duração de 12 semestres, com 8.640 horas aula. O valor da mensalidade é R$ 4.308,86. Caso o estudante pague até o dia 5 de todo mês, terá um desconto de 6%, que ficará no valor de R$ 4.050,33, conforme divulgado no site da instituição.
Veja a nota na íntegra na nota da Unic:
A Universidade de Cuiabá esclarece que conforme a portaria 420 de 16/11/2011, publicada no dia 17/11/2011 no Diário Oficial da União, em que divulgou o Índice Geral de Cursos (IGC) da UNIC como 3, realiza melhorias contínuas nos cursos da instituição, principalmente na graduação de Medicina, para atender aos requisitos do Ministério da Educação (MEC).
Infelizmente, a nota obtida no CPC (Conceito Preliminar de Curso) não reflete apenas os investimentos em infraestutura, recursos didáticos pedagógicos e corpo docente realizados pela Unic, mas também o desempenho dos alunos no ENADE (Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes).
Em virtude desse resultado será realizada uma ampla campanha de conscientização para os estudantes do curso sobre a importância de participar da prova com comprometimento e seriedade, como aconteceu com os cursos de Medicina Veterinária e Enfermagem, que obtiveram no ENADE notas 5 e 4, respectivamente.
A Unic atenderá o recomendado pelo MEC, pois o CPC é um indicador preliminar da situação dos cursos. Para que os valores se consolidem e representem efetivamente o que se espera em termo de qualidade, as comissões de avaliadores farão visitas in loco para corroborar ou alterar o conceito obtido preliminarmente.
Confira a íntegra da nota do Centro Acadêmico:
