Cuiabá, Quarta-Feira, 24 de Dezembro de 2025
ABUSO SEXUAL
24.12.2025 | 17h00 Tamanho do texto A- A+

Vereador em MT foi preso após denúncia de pedofilia; relembre

Ele foi investigado por pedofilia e exploração sexual infantil; investigação revelou rede de crimes sexuais

Reprodução

Médico e ex-vereador, Thiago Bitencourt Barbosa, acusado de pedofilia

Médico e ex-vereador, Thiago Bitencourt Barbosa, acusado de pedofilia

ANDRELINA BRAZ
DA REDAÇÃO

Uma denúncia de pedofilia registrada em 31 de maio de 2025 resultou na prisão do médico e vereador de Canarana (643 km de Cuiabá), Thiago Bitencourt Barbosa (PL), de 40 anos. Ele é investigado por crimes de abuso sexual contra menores, envolvendo uma criança de 2 anos e uma adolescente de 15 anos.

 

O caso veio à tona após o pai da criança mais nova procurar a Delegacia da Polícia Civil. As investigações apontam que a adolescente mantinha uma relação abusiva com o médico, caracterizada por exploração sexual.

 

Servidor efetivo do município desde 23 de dezembro de 2014, Thiago Bitencourt atuava como clínico geral em uma Unidade de Saúde da Família (USF), com salário de R$ 28.911,95. No momento da prisão, exercia o segundo mandato como vereador, tendo sido reeleito em 2024 com 509 votos. Nas redes sociais, declarava apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro e fazia críticas ao Governo Federal, ao Supremo Tribunal Federal (STF) e à gestão municipal.

 

Diante da prisão, o Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso (CRM-MT) informou a abertura de sindicância para apurar a conduta do profissional, que também é suspeito de armazenar e divulgar material ilegal envolvendo crianças e adolescentes.

 

As investigações

 

Reprodução

Thiago Bitencourt Barbosa

Objetos apreendidos na casa do médico Thiago Bitencourt

Após a prisão, registrada no final de maio, a Polícia Civil cumpriu mandados de busca e apreensão na residência do então vereador. Durante as diligências, foram apreendidos objetos e materiais que reforçam as suspeitas investigadas, conforme informado pelas autoridades.

 

A prisão ocorreu no âmbito da Operação Verdades Secretas, que cumpriu 16 ordens judiciais, incluindo mandados de busca e apreensão e medidas de quebra de sigilo telemático.

 

As ações foram realizadas simultaneamente nos municípios de Canarana, Água Boa, Querência, Gaúcha do Norte, Rondonópolis, Várzea Grande e Sorriso, além de um mandado cumprido em Recife (PE).

 

Entre os alvos da operação estão oito pessoas ligadas ao médico: sete mulheres, que segundo a investigação mantinham vínculos próximos com ele sem conhecimento das relações paralelas, e um homem suspeito de participação direta na produção, armazenamento e possível compartilhamento de material ilegal envolvendo menores.

 

Abuso de pacientes

 

Além da rede de pedofilia descoberta pela polícia, as investigações apontaram que Thiago usava sua posição de médico para cometer práticas de abuso sexual contra mulheres e menores de idade.

 

Uma das vítimas é uma mulher de 29 anos, que teria sido abusada dentro de um consultório médico. Além dela, sua filha de 8 anos também teria sido vítima de abuso.

 

Segundo informações divulgadas à época pelo delegado Flávio Leonardo, o médico possuía um padrão para escolher suas vítimas com base na “identificação de vulnerabilidades emocionais, estabelecendo com elas uma relação de dependência e subjugação, de forma a levá-las a praticar atos que configuram, em tese, práticas de escravidão sexual”.

 

Além do delegado, uma enfermeira de 41 anos foi presa pela Polícia Civil em agosto, no município de Rondonópolis. A mulher fotografava menores em situação de vulnerabilidade e enviava as imagens ao médico.

 

A suspeita alegou que era chantageada pelo ex-vereador, que ameaçava divulgar fotos íntimas suas em redes sociais e grupos de mensagens. Segundo as investigações, o médico também ordenava que ela abusasse das vítimas e enviasse os registros a ele.

 

Prisão e indiciamento

 

Diante das investigações, Thiago perdeu o mandato de vereador em 9 de junho. Posteriormente, a Polícia Civil concluiu o inquérito e o indiciou por estupro de vulnerável (art. 217-A do Código Penal), produção e armazenamento de material pornográfico com menores (art. 241 do ECA), divulgação de cenas de exploração sexual via WhatsApp (art. 241-A do ECA) e posse de pornografia infantil (art. 241-B do ECA).

 

Conforme a Polícia, o inquérito reúne evidências digitais e outros elementos de prova que fundamentaram o indiciamento.

 

O documento foi encaminhado ao Ministério Público Estadual, que decidirá se denuncia o político.

 

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