Em convenção, PTB revela divisão e não define alianças

A convenção do PTB em Cuiabá, realizada na noite desta quarta-feira (27), no auditório da Associação Mato-grossense dos Municípios (AMM), foi encerrada sem que nenhuma decisão fosse tomada.

A ata da convenção ficou em aberto e os convencionais deixaram nas mãos da executiva municipal a decisão sobre que rumo o PTB tomará nessa eleição. A definição tem que sair até o próximo sábado (30).

Os 11 membros da executiva definirão se o partido vai lançar chapa pura de vereadores ou fazer uma coligação. E vão definir também se essa chapa será independente, se o PTB apoiará o candidato de outra sigla ou se lançará candidatura própria.

Nesse último caso, o candidato seria o vice-presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), Célio Fernandes.

Representantes de outros 10 partidos marcaram presença no evento petebista: PSDB, PSD, PP, PRB, PHS, PTC, PTN, PCdoB, PRTB e PSL. De acordo com o presidente municipal do PTB, Dilemário Alencar, cerca de 600 pessoas compareceram ao evento.

As ausências mais notadas foram a do DEM e do pré-candidato Carlos Brito (PSD). O social-democrata estava disputando com o pré-candidato do PSDB, Guilherme Maluf, o apoio do PTB e do prefeito Chico Galindo (PTB).

Sua ausência soou como uma sinalização de que ele não insistirá em tentar conseguir o apoio do PTB. Apesar disso, o presidente municipal do PSD, o deputado federal Eliene Lima, marcou presença no evento.

O evento foi marcado por elogios à gestão de Galindo e declarações de fidelidade ao prefeito.

A maioria dos representantes de outros partidos afirmou que estava disposta a apoiar a reeleição do petebista, e que ficou “órfã” com a decisão de Galindo de não entrar na corrida eleitoral.

Apoio na majoritária

O PTB está dividido entre apoiar a candidatura do deputado estadual Guilherme Maluf e do ex-secretário de Comunicação da Prefeitura, Carlos Brito. Para conter o racha, o partido estuda lançar uma chapa independente de vereadores, liberando os candidatos para apoiarem quem quiserem.

Muitos petebistas aproveitaram a convenção para defender o apoio a Guilherme Maluf, enquanto nenhum saiu em defesa da composição com Brito.

No entanto, nos bastidores, muitos pré-candidatos a vereador ameaçam abandonar a disputa, se for selado o apoio ao deputado.

O prefeito Chico Galindo defende o apoio ao tucano. “Minha preferência sempre foi o Guilherme Maluf. Não estou criticando o Carlos Brito, mas trata-se de manter a coerência. Eu herdei esse Governo do PSDB”, observou Galindo, em entrevista coletiva antes do início da convenção.

O presidente regional do PSDB, deputado federal Nilson Leitão, também compareceu e aproveitou para cobrar sutilmente o apoio do PTB ao projeto tucano, destacando que Galindo é o líder que deve guiar o partido.

“O PTB é importante porque você, Chico, deve ser o grande ator dessas eleições. Deve conduzir essas eleições como um grande líder. Espero que estejamos discutindo propostas para Cuiabá depois do dia 30”, discursou.

O vereador Clovito Hugueney (PTB) também defendeu apoio a Guilherme Maluf, embora de forma implícita. “O rumo que nós temos que tomar é o rumo que o prefeito quiser”, declarou.

O suplente de senador Osvaldo Sobrinho (PTB) foi outro que defendeu a composição com Maluf. “Temos que partir com o deputado Guilherme Maluf. Ele é um cuiabano sério e companheiro, que não tem vergonha de nos abraçar e defender a gestão do PTB”, declarou.

“Ninguém chega a lugar nenhum sozinho. Temos que procurar um candidato para apoiar, pois uma coligação é muito importante para eleger nossos vereadores”, enfatizou.

O presidente regional do PP, deputado federal Pedro Henry, também aproveitou para defender o projeto tucano, e disse que o PP muito provavelmente caminhará junto com Maluf na capital. Ele afirmou que o PR espera formar uma grande aliança com o PTB, PSDB e DEM.

O pré-candidato tucano, por sua vez, ressaltou que o PSDB sempre apoiou a gestão de Galindo. “É muito difícil dissociar essa união entre o PSDB e o PTB”, apontou.

Já o presidente municipal da sigla, Dilemário Alencar, defendeu a chapa independente de vereadores. “Se o PTB realmente sair com chapa pura e independente, vamos de casa em casa mostrar o que o senhor fez por Cuiabá, e elegeremos, no mínimo, 6 ou 7 vereadores”, empolgou-se.

Vereadores

Dilemário espera eleger 6 vereadores do PTB, se o partido não coligar com ninguém. Nesse caso, serão 39 candidatos, sendo 27 homens e 12 mulheres.

Em caso de conseguir fechar uma coligação na proporcional, o PTB quer ter direito a colocar 25 candidatos na disputa.

O presidente da Câmara, Julio Pinheiro (PTB), foi além das pretensões do dirigente e acredita que o partido elegerá de 8 a 10 vereadores.

Galindo, por sua vez, prometeu trabalhar incansavelmente para eleger vereadores petebistas. “Vou trabalhar 24 horas por dia para eleger a maior bancada de vereadores da história de Cuiabá”, discursou.

Além disso, ele cobrou fidelidade dos candidatos à decisão do partido. “O PTB não vai aceitar malandragem e infidelidade. Quem não estiver satisfeito, que saia”, alertou, durante o discurso.

Dilemário reforçou que a legenda será “implacável” com quem contrariar a decisão partidária.

“Se decidirmos por candidato próprio, ou por apoiar o candidato A ou B, todos terão que cumprir”, afirmou.