Leitão cobra lealdade de Selma e diz que tempo do PSDB é dele

O candidato ao Senado Nilson Leitão (PSDB) sinalizou que não abrirá mão do tempo destinado ao PSDB na propaganda eleitoral, que começa na próxima sexta-feira (1º).

Ocorre que há um impasse dentro da coligação à qual Leitão pertence e que também tem como postulante ao Senado a ex-juíza Selma Arruda (PSL). A candidata chegou a afirmar que pode recorrer à Justiça caso o tucano não divida ao meio o tempo de TV reservado aos candidatos ao Senado pela coligação (1 minuto e 39 segundos).

Leitão, por sua vez, defendeu que os 42 segundos do PSDB sejam usados exclusivamente por ele, os 7 segundos de Selma, utilizados por ela e que eles dividam ao meio o tempo reservado aos demais 8 partidos que integram a coligação.

O tempo de tv do partido da juíza vai ficar com ela, o meu tempo, do meu partido, fica comigo e dos demais 8 partidos nós dividimos no meio. Não tem nada de desigual, nem ilegal

“A proposta é muito tranquila. Somos em 10 partidos, temos dois candidatos a presidente da República [Jair Bolsonaro e Geraldo Alckmin]. Os dois estarão no palanque, mas são antagônicos na disputa eleitoral, ninguém pode negar isso”, disse Leitão.

“O tempo de tv do partido da juíza vai ficar com ela, o meu tempo, do meu partido, fica comigo e dos demais 8 partidos nós dividimos no meio. Não tem nada de desigual, nem ilegal”, acrescentou o candidato.

As declarações foram dadas na manhã desta quarta-feira (29), em entrevista à Rádio Vila Real.

O deputado afirmou que não há nenhuma briga dentro do grupo por conta deste impasse.

Ele disse que sequer chegou a tratar do assunto com Selma e afirmou que a coligação deve se reunir ainda hoje para colocar fim a questão.

“Lealdade”

De todo modo, Leitão demonstrou incômodo com entrevistas concedidas pela magistrada que, em certa ocasião, já chegou a afirmar que quem votar nela não precisa votar no colega de chapa.

Durante a entrevista, o candidato cobrou lealdade por parte da ex-juíza.

“Nunca sentei com a Selma pra discutir essa questão de tempo. Nunca prometi nada a ela, mas não vou deixá-la na estrada de jeito nenhum. Agora, é imprescindível essa lealdade. Imprescindível que cada entrevista que ela dê, ela lembre que tem um candidato ao Senado na chapa dela”, disse.

“Quem vai decidir sobre o tempo são os partidos. Vamos decidir da melhor forma possível, que não prejudique ninguém. Nem a minha história, nem a intenção dela de ser senadora. Ela saiu agora do Judiciário pra ser senadora. Eu subi 30 degraus, com dificuldades, apanhando, recebendo críticas, passando por tudo isso pra poder me apresentar como candidato a senador. Temos que equilibrar essa conversa para não tratar todo mundo igual”, acrescentou ele.