A 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJ-MT) revogou, por unanimidade, a prisão do bicheiro João Arcanjo Ribeiro, que estava detido desde o dia 29 de maio.
A prisão ocorreu durante a Operação Mantus. Na ocasião, foram presos membros dos dois grupos (Colibri de Arcanjo e FMC Ello de Coutinho) acusados de envolvimento com lavagem de dinheiro e jogo do bicho em Mato Grosso.
A revogação da prisão ocorreu durante sessão da 2ª Câmara, realizada na tarde desta quarta-feira (25).
O voto do desembargador relator Rui Ramos foi acompanhado pelos desembargadores Pedro Sakamoto e Marcos Machado.
Em seu voto, o relator Rui Ramos afirmou que os fatos apontados contra Arcanjo, se analisados isoladamente, não dão certeza de que ele estaria chefiando esquema de jogo do bicho.
“Trata-se de uma pessoa reconhecidamente condenada no nosso Estado, isso ninguém dúvida. Só que processos anteriores não podem ser trazidos para dentro destes autos”, advertiu o relator.
“Se fatos ocorreram, não vi na decisão onde estariam os argumentos. Estou concedendo a ordem, não por conceder a liberdade, mas para que ele retorne ao regime em que se encontrava (semiaberto). É o que encontro no processo. Coisas que estão fora do processo não consigo avaliar”, emendou o relator.
Arcanjo ficou preso durante 15 anos, por crimes como homicídio e lavagem de dinheiro, mas deixou a prisão em fevereiro de 2018, quando passou a ser monitorado por tornozeleira eletrônica. Ele permaneceu nesta condição até o dia 29 de maio deste ano, quando voltou a ser preso.
Operação Mantus
A Operação Mantus prendeu, além de Arcajo, o genro dele, Giovanni Zem - ambos acusados de chefiar a "Colibri" - e o empresário Frederico Müller Coutinho, apontado como líder da organização FMC Ello, além de outros acusados.
Os dois grupos, segundo a Polícia Civil, disputavam "acirradamente" o espaço do jogo do bicho no Estado.
Segundo o delegado Luiz Henrique Damasceno, a investigação começou em agosto de 2017, quando a Polícia Civil recebeu uma denúncia de um colaborador que não quis se identificar sobre a permanência e continuidade do jogo do bicho em Cuiabá.
No total, a operação cumpriu 63 mandados judiciais, sendo 33 de prisão preventiva e 30 de busca e apreensão domiciliar. Todos os presos foram denunciados, posteriormente, pelo Ministério Público Estadual por, entre outras coisas, integração de organização criminosa, lavagem de dinheiro, contravenção penal do jogo do bicho e extorsão mediante sequestro.
Entre no grupo do MidiaNews no WhatsApp e receba notícias em tempo real (CLIQUE AQUI).
1 Comentário(s).
|
EMORAES 26.09.19 08h54 | ||||
Todo cidadão tem o direito a defesa, o TJ/MT restabelece a ordem no despacho do relator do processo, aplausos aos nobres Desembargadores. | ||||
|