LISLAINE DOS ANJOS
DA REDAÇÃO
A concessionária Ariel Automóveis, da Volkswagen, com sede em Várzea Grande, apresentou à Justiça Estadual a lista de credores com os quais possui débitos que somam R$ 18.757.980,83.
O Grupo Ariel é formado pelas empresas Ariel Automóveis Várzea Grande Ltda. e Ekak Administrações de Participações Ltda. – ambas várzea-grandenses -, tendo ingressado com o pedido de recuperação judicial em janeiro deste ano.
O pedido foi aceito pelo juiz Luis Otávio Pereira Marques, da 4ª Vara Cível de Várzea Grande, em 2 de fevereiro, que destacou o advogado Bruno Medeiros Pacheco como o administrador judicial da causa.
Com a publicação da dívida no Diário Oficial que circulou na segunda-feira (18), os credores ou o Ministério Público Estadual possuem 10 dias para ingressarem com pedido de impugnação, em caso de contestação dos valores relacionados.
A lista é composta, em grande parte, por dívidas trabalhistas, mas há ainda débitos contraídos pelo grupo junto a instituições financeiras – como o Banco Volkswagen S/A (R$ 3.133.102,39), Bic Banco (R$ 508.529,00) e o Sicredi (R$ 1.549.640,69) –, bem como empresas fornecedoras de peças de veículos e serviços terceirizados (tais quais gráfica, informática, papelaria).
Pedido de recuperação
Inaugurada em 1992, a empresa chegou a ser reconhecida como a "revendedora número 1" da Volkswagen no Brasil em 2012.
Além de ser afetada pelo quadro econômico mundial, a empresa alega sofrer, nos últimos cinco anos, uma “concorrência desleal”, desde a entrada de marcas estrangeiras (China, Coreia, Japão), que – em vista de incentivos fiscais exclusivos - colocam seus produtos à venda abaixo do preço de custo, inviabilizando, por consequência, a margem de lucro do grupo.
A empresa afirma, ainda, ter sido diretamente prejudicada pelas obras de mobilidade urbana na Avenida da FEB.
No local, desde 2012, vêm sendo realizadas intervenções para a implantação do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), sem que, até hoje, a obra – prevista para a Copa do Mundo – tenha sido concluída.
“Regionalmente, as interferências do governo estadual para a implantação do Veículo Leve sobre Trilhos – VLT, com a interdição da Avenida da FEB, para o início das obras e bloqueio do acesso principal à concessionária, acarretaram uma redução drásticas nas vendas, chegando ao assustador índice de 40% de queda”, diz trecho do pedido.
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