O juiz Francisco Alexandre Ferreira Mendes Neto, da 13ª Vara Criminal de Cuiabá, acatou denúncia do Ministério Público Estadual (MPE) contra o empresário Nilton César da Silva por tráfico de drogas.
Nilton já está preso no Centro de Ressocialização da Capital (CRC) por outro crime. Ele é suspeito de assassinar o concunhado e ex-sócio, Douglas Wilson Ramos, de 28 anos, em setembro de 2015, na Capital.
Além do empresário, o MPE também denunciou pelo crime de tráfico de drogas o comerciante Vilimar Girolometto e o advogado Wagner Rogério Neves de Souza da Silva.
O advogado também é acusado de ter participado da morte de Douglas Wilson e está detido no Centro de Custódia de Cuiabá (CCC). Os dois serão levados a júri popular pelo assassinato ainda neste ano.
Wagner Rogério, porém, não responderá por tráfico de drogas na Comarca de Cuiabá, uma vez que já responde pelo mesmo crime em Sidrolândia (MS).
Ele entrou com um pedido de “litispendência” – quando uma ação é idêntica à outra - alegando já ter sido processado pelo mesmo fato em Mato Grosso Sul. O pedido foi aceito pelo juiz Francisco Ferreira Mendes.
“Desse modo, com fundamento no art. 95, inc. III, do Código de Processo Penal, julgo procedente a arguição de litispendência oposta pelo acusado Wagner Rogério Neves de Souza e, via de consequência, rejeito a denúncia ofertada nestes autos em seu desfavor. Para tanto, determino a exclusão do acusado Wagner Rogério Neves de Souza do polo passivo da presente ação penal”, diz trecho do documento.
“Outrossim, julgo improcedente exceção de litispendência oposta pelo denunciado Vilimar Girolomett, mantendo o prosseguimento dos autos com relação ao mesmo e ao codenunciado Nilton Cesar da Silva”, completa o documento.
O processo não demonstra como os acusados praticaram o crime de tráfico de drogas. O magistrado marcou a audiência de instrução e julgamento para o dia 8 de junho às 14:40 horas, para o interrogatório dos acusados e oitiva das testemunhas de acusação e defesa.
Os três acusados já tinham passagens pela polícia pelo homicídio do traficante Anderson Ribeiro Taques, de 34 anos, ocorrido no dia 13 de novembro de 2014, no bairro Morada do Ouro II, em Cuiabá.
Assassinato de empresário
Douglas Ramos foi sequestrado no dia 24 de setembro de 2015, dentro da sua empresa, na Avenida Arquimedes Pereira Lima (Estrada do Moinho), na Capital.
Divulgação
O empresário Douglas Wilson Ramos, que foi assassinado em Cuiabá
Na ocasião, três homens invadiram o estabelecimento comercial, renderam funcionários e obrigaram o empresário a entrar, com as mãos amarradas, no porta-malas do próprio carro, uma BMW.
O corpo da vítima foi encontrado após 13 dias, na noite de 5 de outubro, na região da Estrada da Guia (MT-010).
Devido ao estado de decomposição, a identidade do corpo encontrado só foi confirmada no dia 10 de outubro, pelo Instituto Médico Legal (IML). No dia seguinte, o corpo foi sepultado.
Antes mesmo da confirmação da identidade do corpo, a polícia já havia apontado Nilton como o principal suspeito do crime.
Na época do caso, o delegado responsável pela investigação, Flavio Stringueta, disse que o suspeito desconfiava que Douglas, seu sócio, tivesse desviado dinheiro dos negócios da sociedade, que havia sido rompida cerca de um mês antes do crime.
O ex-sócio de Douglas também chegou a ser intimado duas vezes para depor sobre o caso, mas não foi encontrado.
Depois, ele chegou a ser abordado por policiais, mas conseguiu fugir.
De acordo com a polícia, novos elementos surgiram nas investigações, apontando que o ex-sócio esteve no local onde, dias depois, o corpo da vítima seria encontrado.
Além disso, os indícios são de que ele pessoalmente desferiu os tiros que tiraram a vida de Douglas, segundo o delegado, não tendo designado qualquer terceira pessoa para fazê-lo.
Leia mais:
Advogado e mais dois vão a júri por assassinato de empresário
Entre no grupo do MidiaNews no WhatsApp e receba notícias em tempo real (CLIQUE AQUI).
0 Comentário(s).
|