A Justiça de Mato Grosso acolheu a denúncia do Ministério Público Estadual (MPE) e tornou réus o DJ Diego de Lima Datto, o ex-servidor da Assembleia Legislativa, Vinicius Curvo Nunes e o empresário Rafael Geon de Souza, conhecido como "cobrador do chicote", pelos crimes de associação criminosa e lavagem de dinheiro
A decisão é do juiz Jean Garcia de Freitas Bezerra, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, e foi publicada nesta sexta-feira (10).
Também se tornaram réus Patrike Noro de Castro, Jackson Luiz Caye, Marco Antonio Santana, Clovis Leite Junior, Vânia Marilda de Lima Datto, Lucas Goudinho e Gonçalves, Thiago Massashi Sawamura, José Guilherme Datto, Thiago Inoue, Robson Luiz de Siqueira Couto, Celso Dourado de França, Enzo Gonçalves Bonfim da Costa, Mirelle Havana Zago, Mauro José Zago Junior e Elizabete Maria Noro.
Eles foram alvos da operação Datar, deflagrada no dia 14 de agosto, pela Delegacia Especializada de Repressão a Narcóticos (Denarc). Segundo a investigação, o grupo teria movimentado R$ 185 milhões em lavagem de dinheiro oriundo do tráfico de drogas em Mato Grosso
Na decisão, o juiz ainda determinou o desmembramento do processo, devido à quantidade de acusados e a diversidade de crimes praticados pelo grupo.
"Dessa forma, determino o desmembramento dos autos, permanecendo neste feito os seguintes acusados: Diego de Lima Dato, Patrike Noro de Castro, Jackson Luiz Caye, Marco Antonio Santana. Assim, deverão ser formados novos autos com relação aos réus remanescentes. Autue a Secretaria o novo processo, certificando nestes fólios e retificando o polo passivo da ação", escreveu.
Operação Datar
A investigação da Denarc revelou que o grupo era composto também por pessoas de outros Estados. O alvo principal foi o DJ Diego Datto, que já havia sido preso em uma investigação anterior da delegacia.
Ao todo, a operação cumpriu 67 mandados, incluindo sete de prisão preventiva, 11 medidas cautelares diversas, 14 mandados de busca e apreensão, 19 ordens de bloqueio de contas bancárias e o sequestro de 16 veículos automotores.
Os mandados foram cumpridos em Cuiabá, Primavera do Leste, e nos estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul. Uma empresa e 19 pessoas foram alvos após descoberta de movimentações financeiras milionárias sem registro legal.
Durante as investigações, constatou-se que diversos alvos da operação, incluindo familiares, movimentavam valores expressivos por meio de contas próprias, sem qualquer lastro documental ou origem lícita comprovada.
Conforme a Polícia, parte dos recursos eram fracionados em pequenas quantias e transitavam entre contas de pessoas físicas e jurídicas, com o objetivo de ocultar e dissimular a real origem do dinheiro.
Grupo do chicote
Rafael já havia sido preso em 20 de setembro de 2023, pela Polícia Civil, apontado como um dos mandantes da ação de um grupo que agrediu, até com chicotes, um devedor. Um dos episódios foi gravado, divulgado nas redes sociais e repercutiu. A agressão aconteceu em plena luz do dia, na Avenida Miguel Sutil, em Cuiabá.
O empresário foi solto no dia seguinte, em audiência de custódia pelo juiz João Bosco da Silva, que levou em consideração o fato de Rafael ter um filho, que na época tinha 5 anos, ser portador do espectro autista, além da gravidez da esposa do acusado.
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