Cuiabá, Segunda-Feira, 21 de Julho de 2025
CASO NERY
21.07.2025 | 14h09 Tamanho do texto A- A+

MPE: PMs enviaram bilhete a empresário cobrando Pix pelo crime

César Jorge Sechi e sua esposa Julinere Bentos foram denunciados como supostos mandantes

MidiaNews

O empresário César Jorge Sechi chega à DHPP no dia 9 de maio, após ser preso

O empresário César Jorge Sechi chega à DHPP no dia 9 de maio, após ser preso

ANGÉLICA CALLEJAS
DA REDAÇÃO

Os policiais militares Jackson Pereira Barbosa e Heron Teixeira Pena Vieira, réus pelo homicídio do advogado Renato Nery, cobraram o empresário César Jorge Sechi, suposto mandante do crime, por meio de um bilhete escrito à mão que foi deixado na portaria de seu condomínio.

 

O réu Heron acondicionou o bilhete em envelope com a seguinte identificação: "aos cuidados de César Jorge Sechi"

A informação consta na denúncia do MPE (Ministério Público Estadual) contra César e sua esposa, a também empresária Julinere Goulart Bentos. Ambos estão presos desde 9 de maio, apontados como mandantes do assassinato. Eles foram denunciados no último dia 18 em um aditamento à denúncia contra Jackson e Heron.

 

No documento, é relatado que Jackson e Heron teriam se encontrado em uma rodoviária, momento em que Jackson foi cobrado sobre o pagamento, porém disse que ainda não tinha recebido o valor.

 

Assim, Jackson decidiu produzir o bilhete, “solicitando” que o valor acordado, de R$ 200 mil, deveria ser pago via transferência Pix. Em seguida, Heron pegou o papel, e escreveu “aos cuidados de César Jorge Sechi”. Posteriormente, conforme a denúncia, o bilhete foi deixado por Heron na portaria do condomínio Cidade Jardim, onde o casal de empresários reside, em Primavera do Leste.

 

"Na referida correspondência, constava a solicitação para que o dinheiro fosse remetido por meio de transferência eletrônica (PIX). O réu Heron acondicionou o bilhete em envelope com a seguinte identificação: "Aos cuidados de César Jorge Sechi"", consta na denúncia.

 

“O conteúdo do bilhete constitui prova irrefutável do contato entre os envolvidos após a consumação do delito e corrobora a autoria atribuível ao denunciado Cesar Jorge Sechi, mormente no que concerne à articulação financeira e à contratação do réu Jackson Pereira Barbosa como intermediário no assassinato da vítima Renato Gomes Nery”.

 

Outros envolvidos

 

No âmbito da investigação do homicídio de Nery, foram indiciados na primeira etapa os policiais militares da Rotam que teriam forjado um confronto para plantar com supostos criminosos a arma utilizada para matar o advogado. 

 

Identificados como Leandro Cardoso, Wailson Alessandro Medeiros Ramos, Wekcerlley Benevides de Oliveira e Jorge Rodrigo Martins, os PMs foram indiciados em 30 de abril por homicídio qualificado, duas tentativas de homicídio, fraude processual e porte ilegal de arma de fogo.

 

No dia 1º de maio, Heron Vieira, acusado de ser articulador do crime, e o caseiro Alex Roberto de Queiroz Silva, apontado como autor dos disparos, foram indiciados por homicídio triplamente qualificado por motivo torpe, paga ou promessa de recompensa e recurso que impossibilitou a defesa da vítima.

 

Já em 23 de junho, os PMs Jackson Barbosa, que seria o intermediário do homicídio, e Ícaro Nathan Santos Ferreira, suspeito de fornecer a pistola Glock G17 para a execução do crime, foram indiciados por homicídio triplamente qualificado por promessa de recompensa, emprego de meio que possa resultar perigo comum e recurso que impossibilitou a defesa vítima.

 

Por último, finalizando a investigação, foram indiciados no dia 11 de julho o casal César e Julinere, por homicídio qualificado por motivo torpe, promessa de recompensa, emprego de meio que possa resultar em perigo comum e recurso que impossibilitou a defesa da vítima.

 

O homicídio 

 

Ex-presidente da OAB-MT, Renato Nery foi atingido por um disparo na cabeça no dia 5 de julho de 2024, quando chegava em seu escritório na Avenida Fernando Corrêa, em Cuiabá. 

 

Socorrido com vida, ele foi levado às pressas para o Complexo Hospitalar Jardim Cuiabá, onde passou por cirurgias, mas não resistiu e morreu no dia seguinte.

 

 

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