Cuiabá, Quarta-Feira, 18 de Junho de 2025
CASO TONI FLOR
01.04.2024 | 16h37 Tamanho do texto A- A+

TJ vê "indiferença" com filhas e nega domiciliar a viúva assassina

Ana Cláudia tentava conseguir benefício sob alegação de que precisa cuidar das meninas

Reprodução

Ana Cláudia Flor e o marido, Toni da Silva Flor, morto em 2020

Ana Cláudia Flor e o marido, Toni da Silva Flor, morto em 2020

THAIZA ASSUNÇÃO
DA REDAÇÃO

O Tribunal de Justiça de Mato Grosso negou conceder prisão domiciliar a Ana Cláudia de Souza Oliveira Flor, condenada por mandar matar o marido, o empresário Toni Flor.

Estando as menores adaptadas ao meio em que inseridas e com o vínculo afetivo preservado

 

A decisão é da Terceira Câmara Criminal e foi publicada na última semana. Os desembargadores seguiram por unanimidade o voto do relator, Gilberto Giraldelli.

  

O crime aconteceu em agosto de 2020, em frente a uma academia, em Cuiabá. Ana Cláudia foi levada a júri popular em 2022 e sentenciada a 18 anos de prisão, em regime inicial fechado. Ela está reclusa na Penitenciária Feminina Ana Maria do Couto May desde agosto de 2021.

 

No pedido de prisão domiciliar, a defesa citou que ela possui três filhas menores, ressaltando que elas estão sob os cuidados da avó materna, que é idosa e possui poucos recursos financeiros.

 

No voto, o relator citou que Ana Cláudia não teve a mesma preocupação com as filhas quando mandou matar o pai delas. Além disso, afirmou que as meninas estão bem amparadas pela avó.

 

“Laudo técnico relativo ao estudo psicossocial realizado com as infantes, revela que estão sob os cuidados da avó materna, a qual vem prestando os cuidados necessários às netas, tanto físicos quanto emocionais, garantindo um lugar seguro para que tenham um desenvolvimento contínuo, saudável e adequado de acordo com a faixa etária de cada uma, estando as menores adaptadas ao meio em que inseridas e com o vínculo afetivo preservado”, diz trecho do voto.

 

“De mais a mais, a vítima do aludido delito é Toni da Silva Flor, genitor das filhas da agravante, a revelar a despreocupação e indiferença de Ana Cláudia de Souza Oliveira Flor para com sua prole, pois não se olvidou em arquitetar e mandar executar a morte do pai das meninas, a evidenciar que a sua presença não garantiria a proteção integral das crianças”, diz outro trecho.

 

Relembre o caso

 

Conforme denúncia do Ministério Público Estadual (MPE), Ana Claudia contratou Igor Espinosa para atirar e matar Toni.

 

O valor acordado era de R$ 60 mil, mas a acusada só teria repassado R$ 20 mil.

 

Ainda de acordo com o Ministério Público, o executor gastou todo o dinheiro em festas no Rio de Janeiro. 

 

Antes de virar alvo das investigações, a viúva encenou por um ano uma campanha nas redes sociais em busca de respostas ao assassinato do marido, subindo, inclusive, a hashtag #Justiçaparatoniflor. 

 

O comportamento de Ana Cláudia, segundo o delegado Marcel Oliveira, que coordenou as investigações, desde o começo levantou suspeitas. "Não era condizente com o de alguém que havia perdido um ente querido. Ela se mostrava muito interessada, beirando o desespero, em descobrir detalhes da investigação”.

 

O delegado chegou a dizer que a viúva era “dissimulada, ardilosa, enganosa”.

 

Igor foi condenado a 22 anos de prisão, em regime inicial fechado.

 

Já os intermediadores do crime, Wellington Honório Albino, Dieliton Mota da Silva  e Ediane Aparecida da Cruz Silva foram sentenciados a penas que variam entre 16 a 18 anos de prisão.


Sandro Lúcio dos Anjos da Cruz Silva foi absolvido do crime de falso testemunho. 

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