Pelas ruas de Atenas o filósofo grego Diógenes saia em plena luz do meio dia, com uma lanterna na mão procurando um homem honesto. Referido comportamento teve ressonância na celebre expressão de Rui Barbosa: “De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver crescer as injustiças, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto.”
Recolhido ao meu cantinho aprendi a nele ficar com a pandemia, resolvi sair da toca e ensaiar estas aligeiradas linhas. Pois bem.
Houve época em que Mato Grosso detinha as duas maiores lideranças no Congresso Nacional: líder da maioria, com Filinto Müller e líder da minoria com João Villasboas. Era uma honra, um ufanismo mesmo, para os mato-grossenses de então.
Hoje estamos cercados por homens de bens e homens de bem. Os primeiros usufruem dos seus bens materiais e os segundos não se arriscam a por a cara à mostra. Poucos, muito poucos, pouquíssimos se arriscam a ingressar na política. Fazem-no, é verdade, mas dela saem expulsos pela decepção inafastável.
Via de regra saem sem deixar substituto à altura. É o caso, por exemplo, de Blairo Maggi, admirável cidadão que foi elogiado internacionalmente pela sua capacidade de trabalho, inteligência e habilidade em dar luz à vida humana. Foi uma pena perdê-lo como político que, tal qual um diamante, é sem jassa.
Temos agora o Mauro Mendes! Não podemos deixá-lo nos abandonar. Ao criticá-lo desmotivadamente e ao agredi-lo com veemência de um ódio desproporcional estamos incentivando a sua saída da vida pública. Mauro Mendes não é ladrão nem precisa roubar.
O seu patrimônio pessoal não dá a ele a mínima chance para ingressar no rol do banditismo. Está na política para nos servir e nos representar e precisamos ser reconhecidos à sua postura e compostura. O governador Mauro Mendes praticamente já está com os pés no Senado Federal e será abominável erro histórico perdermos a chance de tê-lo como representante de Mato Grosso na câmara alta.
Vamos incentivar os homens de bem a participarem da política partidária. E só conseguiremos isso se respeitarmos a biografia daqueles que ousaram deixar o conforto do lar para caírem nos braços do povo.
Evaldo Duarte de Barros é procurador de Justiça aposentado.
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1 Comentário(s).
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DECIO ARANTES FERREIRA 12.12.23 10h12 | ||||
Feliz com o retorno do Professor Evaldo, tem muito a nos ensinar. Homem culto, brilhante, tem história de trabalho em prol da sociedade. Bem vindo, Mestre! | ||||
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