Cuiabá, Sexta-Feira, 5 de Setembro de 2025
DAYANE NASCIMENTO
03.09.2025 | 05h30 Tamanho do texto A- A+

Lições que aprendi caminhando no Parque

Para empresas mais bem-sucedidas, OKRs são a espinha dorsal da estratégia

Nos últimos meses, estabeleci para mim uma meta singela, quase trivial: fazer uma caminhada semanal no Parque Mãe Bonifácia. Nada heroico, nada que merecesse medalha. Só caminhar, religiosamente, uma vez por semana com amigas que ajudam a manter o compromisso.
 
Cinco meses depois, cá estou eu, fiel ao combinado comigo mesma - só falhei uma vez, quando quebrei um dedo do pé (acho que foi chutando um balde, o que, convenhamos, também tem seu valor simbólico).
 
Pois bem. Essa caminhada semanal é meu KPI (Key Performance Indicators): indicador constante, previsível, quase burocrático, mas que me mantém firme no propósito de cuidar da saúde. É a atividade que devo fazer toda semana, quase sem surpresas. E funciona. Afinal, é uma vez na semana.
 
No mesmo parque, encontrei minha amiga publicitária Camila Campos. Diferente de mim, Camila tinha um OKR (Objectives and Key Results): participar de uma corrida em seis meses. Objetivo ambicioso, data marcada, frio na barriga. Enquanto eu contava passos, ela contava semanas para alinhar o fôlego, a respiração e a coragem.
 
E é aí que a vida, e o marketing, se encontram. O KPI é a rotina que sustenta. Ele garante consistência. Você mede, acompanha, repete, ajusta. O OKR é a ambição que mobiliza. Ele aponta para onde você quer chegar, inspira e desafia.
 
No fundo, os dois se completam: meu KPI semanal constrói o hábito; o OKR da Camila impulsiona para o salto. E as duas mantêm a saúde. As empresas vivem essa mesma lógica. Algumas precisam criar rituais de consistência: atender bem todo dia, publicar no prazo, registrar métricas.
 
Outras precisam dar um salto de transformação: lançar um produto, abrir um mercado, ousar em inovação. KPI sozinho pode cair na monotonia. OKR sozinho pode virar sonho sem treino.
 
E é nesse ponto que as coisas se tornam mais interessantes. A consistência do KPI é o que permite o salto do OKR. O e-commerce que mede diariamente a satisfação do cliente tem a base sólida para ousar em um OKR de aumentar seu tíquete médio em 30%. O pequeno negócio que publica conteúdo religiosamente (KPI) ganha o fôlego necessário para lançar uma grande campanha e dobrar seu faturamento em seis meses (OKR).
 
Para as empresas mais bem-sucedidas do mundo, OKRs são a espinha dorsal da sua estratégia. Gigantes como Google e Intel popularizaram a metodologia OKR para definir metas ambiciosas e alinhar equipes, impulsionando um crescimento exponencial. Enquanto isso, empresas como Amazon e Spotify demonstram a força dos KPIs, usando-os para monitorar cada passo, otimizar a experiência do cliente e garantir que cada decisão seja guiada por dados. Juntas, essas ferramentas transformam a ambição em ação e a visão em resultados tangíveis.
 
Estudos dos últimos cinco anos (Deloitte e da Harvard Business Review) demonstram melhorias em até 80% da eficiência com a utilização do KPI e cerca de 20% mais chances de alcançar metas de longo prazo com o OKR. Isso mostra que a abordagem integrada não só promove a responsabilidade e a transparência, como direciona o crescimento.  Não é um imperativo, mas não deixa de ser importante considerar a utilização delas.
 
No Parque, aprendi que saúde - assim como cultura organizacional - se constrói no passo a passo e também no fôlego para correr mais longe. No marketing, na vida, na cultura interna ou no Parque: para mudanças concretas, precisamos de caminhadas constantes e corridas na meta. Afinal, a diferença entre sonhar e realizar está na clareza do nosso plano.
 
Dayane Nascimento é consultora marketing com formação na UFMT.

*Os artigos são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do MidiaNews. 

 

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