Cuiabá, Sábado, 11 de Outubro de 2025
KATIANA PEREIRA
07.01.2012 | 08h02 Tamanho do texto A- A+

Mataram o rock em Cuiabá

Tem quem ache que quem gosta de rock não gosta de ar-condicionado, banheiro lavado...

 

Como ouvinte e apreciadora de rock and roll resolvi escrever esse artigo para, quem sabe, as casas noturnas locais se preocuparem em agradar a esse público que está carente de atrações.

Em Cuiabá, é cada dia mais difícil sair de casa para escutar uma boa música. Bares, boates e demais estabelecimentos do ramo parecem que esqueceram que existem pessoas que não gostam de escutar sertanejo, funk e pagode, pois é praticamente só isso que nos é oferecido.

Casas tradicionais da capital se renderam ao funk e ao sertanejo universitário. É preciso ter muita sorte para conseguir uma programação para o fim de semana que não seja embalada por uma trilha sonora que contenha "Ai se eu te pego. Ai ai se eu te pego".

Temos, sim, uma casa noturna que atende o público que gosta de rock, e é até um lugar agradável, perto do Instituto Federal de Educação. Mas, poxa, tem que ser a mesma banda sempre? Sim... todas as sextas-feiras, é sagrado a banda tocar. É uma banda boa, tem história por aqui, mas tudo tem limite. E pior é que o repertório da banda é o mesmo, há pelo menos uns cinco anos.

Estão me avisando que aqui tem outra casa que toca rock, ela fica localizada no centro de Cuiabá. Conheço o local e não me agrada. Explico os motivos. Existe um estereótipo de que o apreciador de rock é aquele sujeito de cabelo grande e ensebado, que usa camisa de banda, tênis All Star e correntes espalhadas pelo corpo.

Acham ainda que o roqueiro é sempre sem grana, que só pode pagar uns R$ 10 de ingresso... Aí, oferecem casas noturnas que não valorizam o dinheiro gasto lá. Têm empresários que devem pensar que quem gosta de rock não gosta de ar-condicionado, banheiro lavado e cerveja gelada. E tem mais... Acreditam que tocando os eternos sucessos de Pink Floyd, Led Zeppelin, The Doors agradam os clientes. Tem música nova que foi lançada e que são despresadas por músicos, que devem pensar que já aprenderam tudo.

Abram os olhos, empresários. Roqueiro gosta de coisa boa, por isso é tão seletivo no gosto musical. E quanto às bandas de rock: tá na hora de sair do porão e ir pro palco. Aposto que muitos vão agradecer.

KATIANA PEREIRA é jornalista em Cuiabá e repórter do MidiaNews.

 

*Os artigos são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do MidiaNews. 

 

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52 Comentário(s).

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Creysson  29.01.12 03h17
Concordo planamente com a Katiana! Cavernas tem um dono metido a true e que nunca melhora aquele bar, as bandas já cairam muito de qualidade. Hoje Cuiabá se resume só em Branco ou Tinto em bandas e o Tiasques que acabou. Admiro as bandas, mas o tal do proprietário é um cara de cabeça fechada que não abre espaço para novas bandas, só tem a turminha dele e tal. Se vc tem uma boa condição, é de boa família, de boa índole, você é chamado de playboy, patricinha, poser e coisas do gênero. Devem todos reverem os seus conceitos e mudar essa cena decadente!
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Bruno Rodrigues  13.01.12 11h02
Com todo respeito, mas o texto pareceu ter sido escrito por uma turista que de vez em quando se aventura a conhecer a cena rock local... Existem muitas bandas boas do gênero que já saíram do tal "porão" e que inclusive têm credibilidade em nível nacional, como o próprio Branco ou Tinto, com video-clipe em emissora de televisão aberta (MTV). O que não existe em Cuiabá é um circuito que sustente estes artistas, a razão pela qual muitos talentos têm se mudado para outros estados ou países. Mas vale ressaltar que a inexistência desse tal "circuito" não é de responsabilidade apenas de proprietários de casas noturnas, porém perpassa por vários setores, desde público a vendedores de instrumentos musicais... Enfim, pesquisar antes de escrever um texto opinativo não faz mal a ninguém.
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Mário Sá  13.01.12 09h24
Querida Katiana: Nunca gostei do rock e não é aos 66 anos que vou mudar. Minha música popular é a melhor do mundo, isto é, a verdadeira música popular brasileira. Eu curto e muito a bossa-nova, Chico Buarque, Djvan, etc. Sou, neste quesito, extremamente seletivo. Chego a ser chato, intolerante. Mas, tenho de concordar com você que Cuiabá carece e muito de casas noturnas que invistam em outros segmentos musicais. Falta aqui uma PIANO BAR, por exemplo. Onde se possa ouvir músicas e ao mesmo tempo conversar. E falta uma casa de rock. Gosto é algo muito particular, muito intimo. Eu continuo ouvindo Maria Creuza, João Gilberto, Tom, Vinicius e, sinceramente, toda vez ouço minha turminha sinto uma nova emoção. Escrevi um artigo sobre a importância da bossa-nova.
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Guilherme  11.01.12 21h37
Valeu a tentativa, pouca gente escreve sobre isso. Porém, o conteúdo deixa a desejar. Continue tentando!
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Max Merege  11.01.12 13h10
Resposta do Max - parte 2: Quer conhecer o rock de Cuiabano?! Combina algo com o pessoal que realmente faz. Gente boa não falta: tem o Dog, o Rodivaldo, o Jomar, o Dewis, a Elaine Alves, o Corvo, a Márcia Oliveira, a Lidiane Barros, o Fabinho, o Bruno Rodrigues, os meninos do BoT e mais uma renca de figuraças! O rock existe, sim!!! O melhor de tudo é que todos vão tratar de igual pra igual com você! E aí, vai encarar essa?! rsrsrsrs Beijão, Max Merege [colaborador do Caderno Folha3, da Folha do Estado]
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