Cuiabá, Quarta-Feira, 30 de Julho de 2025
MARCELO FERRAZ
24.02.2017 | 07h10 Tamanho do texto A- A+

Micareta do progresso

Resolvi lançar alguns temas para tentar conciliar a folia com a consciência política

Em meio a tanta desigualdade social – causada por falta de políticas inclusivas que realmente possam minorar o sofrimento do povo brasileiro –, ainda assim, existem períodos de festas no país que, de alguma forma, transformam toda tragédia premente em marchinhas carnavalescas.

 

Pensando nisso, resolvi lançar alguns temas para tentar conciliar a folia com a consciência política. Deste modo, já pensou se no meio do batucada os foliões começassem a cantar assim:

 

“Allah-lá-ô, ô ô ô ô ô ô! Mas que terror, ô ô ô ô ô ô! A Dengue, a Chikungunya e a Zika está na área… E se não cuidarmos da nossa casa… fritaremos de febre e dor… Allah-lá-ô, ô ô ô ô ô ô!”

 

E assim o bloco dos desesperançados vai passando e cantando:

 

“Ó abre alas! Que o V.L.T nunca vai passar! Ó abre alas Que o V.L.T vai emperrar!”

 

Porém, lá em cima, no camarote, o bloco dos politiqueiros e seus aliados respondem em coro:

 

“Mamãe eu quero, mamãe eu quero, Mamãe eu quero mamar! Dá a chupeta! Dá a chupeta! Dá a chupeta pro bebê não chorar!”

 

Por outro lado, no bloco dos oprimidos, os inquilinos, na iminência de serem despejados, respondem:

 

“Daqui não saio! Daqui ninguém me tira! Onde é que eu vou morar! O senhor tem paciência de esperar! Ainda mais com quatro filhos! Onde é que vou parar!”

 

E novamente os filhos do capitalismo respondem o coro:

 

“Se você fosse sincera, Ôôôô, Aurora. Veja só que bom que era, Ôôôô, Aurora. Um lindo apartamento… Com porteiro e elevador. E ar refrigerado… Para os dias de calor.”

 

E desta maneira dantesca, entre o céu e o inferno, a banda brasileira vai passando com um pouco de tristeza, alegria e dor, tudo isso se misturando nos olhares da criançada perdida de pé no chão… Com a barriga vazia, sem arroz e sem o feijão.

 

Mas a classe “intelectual” da turma do funil não vai perder a noção:

 

“Chegou a turma do funil. Todo mundo bebe, mas ninguém dorme no ponto….Ai, ai ninguém dorme no ponto. Nós é que bebemos e eles que ficam tontos… Eu bebo sem compromisso…Com meu dinheiro, ninguém tem nada com isso… Aonde houver garrafa, aonde houver barril…Presente está a turma do funil…”

 

Tirando a brincadeira sarcástica de lado, vale lembrar que o carnaval é coisa séria no Brasil. Por isso, deixo um alerta significativo para os foliões:

 

Se beber não dirija! Se dirigir sóbrio use o cinto de segurança! Sexo sem camisinha só dá dor de cabeça! Não urine nas calçadas e nem jogue lixo no chão!

Aí! O resto é só alegria, meu irmão!:

 

“Cidade maravilhosa”… Cheia de encantos mil. Cidade maravilhosa… Coração do meu Brasil.

 

Marcelo Ferraz é escritor e jornalista em MT

*Os artigos são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do MidiaNews. 

 

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