Cuiabá, Domingo, 7 de Setembro de 2025
PAULO LEMOS
13.01.2020 | 07h42 Tamanho do texto A- A+

Sócrates morreu nos braços de Alcebíades

A homossexualidade sempre existiu e sempre vai existir

A homossexualidade sempre existiu e sempre vai existir. Na antiguidade, inclusive, não só era tolerada com era comum nas comunidades mais avançadas culturalmente, como Roma e Grécia. 

 

Sócrates, patrono da filosofia, que ofereceu sua vida em holocausto por defender a verdade e a justiça, tinha um companheiro, Alcebíades, do mesmo sexo e morreu em seus braços. 

 

Foi para o inferno o patrono da filosofia, que morreu defendendo os valores mais nobres da civilização e abriu mão de qualquer clemência em troca de sua honra e dignidade?

 

O que me impressiona em quem é contra a homoafetividade, por esse ou aquele trecho bíblico, é constatar que não consegue desenvolver uma tese lógica e razoável que dê sustentabilidade para sua crença, sem revelar sua ignorância alimentada por preconceitos absorvidos sem qualquer reflexão. 

 

Fica apenas repetindo frases prontas, como se a complexidade da natureza humana pudesse ser descrita de forma acrítica, simplista e reducionista.

 

Foi para o inferno o patrono da filosofia, que morreu defendendo os valores mais nobres da civilização e abriu mão de qualquer clemência em troca de sua honra e dignidade?

A Bíblia, assim como a Constituição, foi escrita por seres humanos, de uma determinada tradição cultural e com demandas sócio-econômicas e políticas de sua época, sendo que boa parte por escribas, muito tempo depois dos fatos, dezenas de anos.

 

E sem ajuda do "Anjo Gabriel", em uma caverna, como "deu a Maomé", fundador do Islã, mesclando o judaísmo, o cristianismo e a superestrutura árabe, posteriormente unificada como mulçumana.

 

Como ocorre até hoje com as religiões, que se adaptam ao texto e contexto do seu tempo e espaço, ao ponto do Papa Francisco ter de exortar os cardeais não lucrarem com a religião. Edir Macedo e companhia, que o digam!

 

O povo judeu, durante o cativeiro egípcio e no êxodo, precisava procriar, para ter número para se libertar, ocupar os territórios pretendidos e vencer as guerras contra outros povos, com muito derramamento de sangue e espólio de guerras. 

 

Daí uma geração de 40 anos para que isso se concretizasse. O resto é misticismo, que nem os contos infantis.

 

É tão difícil entender que, não obstante à cor, nacionalidade, gênero, orientação sexual, entre outras condições e características de cada ser humano, o que importa do ponto de vista ético e moral é o caráter e os afetos humanos?

 

PAULO LEMOS é advogado e defensor de Direitos Humanos.

*Os artigos são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do MidiaNews. 

 

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