Cuiabá, Quarta-Feira, 16 de Julho de 2025
CRIME ORGANIZADO
20.10.2011 | 14h00 Tamanho do texto A- A+

Contrabando de carros para máfia do jogo era feito por "donos" do Porto de Vitória

Para MPF e PF, irmãos Scopel, presos na operação Black Ops, tinham esquema para desembaraçar veículos importados ilegalmente no Espírito Santo

Carros contrabandeados pelo Porto de Vitória

Carros contrabandeados pelo Porto de Vitória

IG

Os carros importados usados contrabandeados pela quadrilha que uniu uma máfia israelense à contravenção entravam no Brasil pelo Porto de Vitória (ES), apontam a Polícia Federal e o Ministério Público Federal. O MPF ofereceu denúncia contra 31 pessoas.

Os responsáveis pela operação eram os irmãos Adriano e Pedro Scopel, sócios da Tag Importação e presos na Operação Black Ops, dia 7. Os dois são considerados os "donos do Porto de Vitória", tal a capacidade que têm de desembaraçar os veículos naquele porto. A Justiça Federal negou, segunda-feira (17), a soltura de ambos - por sua importância no esquema, mas também porque já foram presos por contrabando, em 2008.

Os irmãos eram responsáveis por trazer ao País carros esportivos de alto luxo, como Lamborghinis e Ferraris - cujos valores chegavam a até R$ 1,65 milhão por unidade. Para o Ministério Público Federal, os irmãos Scopel tinham posição de comando na organização e eram "peças primordiais na internação e distribuição de veículos contrabandeados através do porto de Vitória".

Os dois seriam "os principais responsáveis por proporcionar a entrada ilegal dos automóveis no Brasil e (por) liberá-los no porto da capital capixaba", segundo o MPF. Segundo as investigações, Adriano Scopel atuava pessoalmente na liberação dos veículos e, por vezes, chegava a levá-los para casa, de onde eram retirados por intermediários da quadrilha, ligados ao grupo da família de contraventores Escafura.

A empresa dos irmãos Scopel era usada para operar as fraudes. É crime de contrabando no Brasil importar carros usados; apenas veículos novos podem ser trazidos para o País. A fraude estava em forjar documentação para importar automóveis semi-novos como se fossem 0km.

Eles tinham sido presos em abril de 2008 por fraudar documentos de automóveis e motocicletas, pela mesma empresa, Tag Importação. Nessa ocasião, Adriano Scopel teria resistido à prisão e dificultado a entrada da polícia em sua casa.

"Num intervalo inferior a três anos, Adriano e Pedro (Scopel) estiveram envolvidos, em tese, em dois ilícitos idênticos, ou pelo menos muito semelhantes", afirmou a Justiça, na decisão em que negou a soltura dos irmãos.

A Justiça considerou que a atividade é muito lucrativa e causa graves prejuízos ao Estado e a quem compra os carros contrabandeados de boa-fé, como novos e legítimos, podendo perdê-los. Também por esse motivo, o juiz Gustavo Pontes, da 3ª Vara Criminal Federal, afirmou que eventual fiança, ainda que elevada, não afetaria a disponibilidade de recursos do grupo.

Para a Justiça, a prática do mesmo crime em pouco tempo e os altos valores dos bens internados e da tributação "provavelmente iludida", demonstram que os Scopel devem continuar presos, como garantia da ordem pública e da instrução processual.

O iG não conseguiu contato com o advogado Ricardo Campos, dos irmãos Adriano e Pedro Scopel

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