Cuiabá, Quinta-Feira, 17 de Julho de 2025
MORTE DE MT
17.07.2025 | 11h33 Tamanho do texto A- A+

Polícia ainda não foi acionada, mas caso poderá ser investigado

Em casos como o de Ana Carolina Lima, procedimento apura se houve homicídio culposo

Reprodução

A fachada da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa de Cuiabá

A fachada da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa de Cuiabá

ANGÉLICA CALLEJAS
DA REDAÇÃO

A DHPP (Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa) de Cuiabá deve abrir inquérito para investigar a morte da estudante Ana Carolina Aguiar Lima, de 20 anos, ocorrida na terça-feira (15) em decorrência de complicações em três cirurgias plásticas.

 

Após 11 dias de internação, Ana Carolina faleceu no Hospital Santa Rosa, para onde havia sido transferida por causa da piora em seu quadro de saúde no Hospital Santa Helena, onde ela fez os procedimentos estéticos.

 

A reportagem entrou em contato com a DHPP, que informou que não havia sido acionada sobre a morte até a manhã desta quinta-feira (15). A unidade também não foi comunicada para a liberação do corpo no dia em que a jovem morreu.

 

Embora não haja um procedimento aberto até o momento, o caso será investigado em inquérito. Conforme uma fonte da Polícia, a investigação é padrão, já que há a possibilidade de que tenha havido erro médico.

 

Em situações assim, as investigações tentam identificar se houve homicídio culposo, que ocorre quando não há intenção de matar. 

 

Inicialmente, o delegado que for designado para a investigação deve requerer depoimentos da equipe médica que realizou os procedimentos, assim como de testemunhas, e também pedir exames do corpo da jovem.

Por meio da autópsia, a causa da morte pode ser determinada, e ainda revelar outras informações relevantes para a elucidação do caso. Perícias complementares podem ser requeridas pelo delegado.

 

O prazo para finalização de um inquérito como esse é de 30 dias, que podem ser prorrogáveis por tempo indeterminado, conforme a complexidade. A fonte da Polícia Civil revelou que, muitas vezes, investigações sobre supostos homicídios culposos são mais complexas do que dos dolosos (quando há intenção de matar).

 

Modalidades de culpa

 

Uma investigação sobre suspeita de homicídio culposo busca estabelecer se a morte se deu por negligência, imperícia ou imprudência da pessoa responsável pelo procedimento. 

 

Na negligência, o erro está justamente na omissão. É quando alguém, diante de uma situação que exige uma atitude responsável, falha, seja por desatenção, descuido ou indiferença. A pessoa não faz o que era esperado, ignora as precauções básicas e deixa de agir quando deveria.

 

A imperícia está ligada à falta de preparo. É quando alguém assume uma tarefa para a qual não tem conhecimento técnico, prática ou formação adequada. Um exemplo clássico é o de um médico que realiza uma cirurgia estética e, por não dominar a técnica, causa deformações ao paciente. Nesse caso, a falha pode ser enquadrada como imperícia.

 

Já a imprudência segue por outro caminho. O problema não está na falta de ação, como na negligência. A pessoa age, mas sem pensar, sem avaliar os riscos, sem cautela. Ou seja, faz o que não deveria ter feito, contrariando a conduta esperada para o momento.

 

A morte

 

No dia 4 de julho, Ana Carolina se internou no Hospital Santa Helena para realizar cirurgias de mamoplastia redutora e lipoaspiração com lipoenxertia. Após os procedimentos, ela teria ido para seu quarto, momento em que sofreu uma parada cardiorrespiratória.

 

Devido à complicação, a estudante foi encaminhada para a UTI da unidade de saúde, sendo posteriormente transferida para a UTI do Hospital Santa Rosa, até ser diganosticada com morte cerebral.

 

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