Cuiabá, Domingo, 29 de Junho de 2025
HOMICÍDIO DE NERY
12.05.2025 | 14h12 Tamanho do texto A- A+

DHPP: intermediador ofereceu joias como forma de pagamento

Segundo a Polícia Civil, Heron Vieira teria visto mostruário da loja da suposta mandante

Victor Ostetti/MidiaNews

O delegado Bruno Abreu, da Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa, que investiga o homicídio de Renato Nery

O delegado Bruno Abreu, da Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa, que investiga o homicídio de Renato Nery

ANGÉLICA CALLEJAS
DA REDAÇÃO

O policial militar Heron Teixeira Pena Vieira, preso por arquitetar o homicídio do advogado Renato Nery, revelou em depoimento que o suposto intermediador do crime, o PM Jackson Pereira Barbosa, tentou pagá-lo com joias.

 

Segundo o delegado Bruno Abreu, da DHPP (Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa), Heron contou que, antes de ter recebido qualquer pagamento pelo homicídio, Jackson teria lhe mostrado joias para quitar a dívida pelo serviço de pistolagem. 

 

"Ele chegou a ver o mostruário da loja de joias, mas não aceitou. Só queria se fosse por preço de revenda. Ele não aceitou e o pagamento de R$ 150 mil foi feito 'picado'", afirmou Abreu em coletiva à imprensa na manhã desta segunda-feira (12). O valor, segundo o depoimento do PM, foi dividido entre ele e o caseiro Alex Roberto de Queiroz Silva, apontado como executor.

 

Conforme descoberto na investigação, a empresária Julinere Goulart Bentos, presa na sexta-feira (9), suspeita de ser a mandante do crime, é proprietária de uma loja de joias. Ele e seu marido, o empresário César Jorge Sechi, também apontado como um dos mandantes, disputavam judicialmente com Nery uma propriedade rural em Terra Nova do Norte, avaliada em mais de R$ 30 milhões.

 

Quando foi presa, segundo o delegado Bruno Abreu, Julinere parecia "já esperar" pelo novo desdobramento da investigação. Diante disso, ela aceitou colaborar com a Polícia, e irá passar por oitiva no na terça-feira (13).

 

Já César, de acordo com o delegado Caio Albuquerque, que realizou sua prisão, mostrou comportamento "frio, irônico e debochado". Conforme o delegado, as informações colhidas durante a investigação levam a crer que ele não acreditava que seria pego. Em depoimento, ele ficou em silêncio.

 

Indiciamentos e prisões

Alex e Heron estão presos desde o dia 6 e 7 de março, respectivamente, na operação Office Crime - A Outra Face. Na última sexta-feira (9), ambos foram indiciados por homicídio triplamente qualificado, pelos agravantes de motivo torpe, paga ou promessa de recompensa e recurso que impossibilitou a defesa da vítima

 

O policial militar Jackson Pereira Barbosa, vizinho de Julinere e suspeito de intermediar o homicídio, foi detido no dia 17 de abril, em Primavera do Leste, na segunda fase da Operação Office Crime - O Elo. No mesmo dia, em Cuiabá, foi preso o PM Ícaro Nathan Santos Ferreira, que atua na Inteligência da Rotam, por suspeita de entregar a arma utilizada no assassinato de Nery. 

 

No dia 30 de abril, foram indiciados os PMs da Rotam Leandro Cardoso, Wailson Alessandro Medeiros Ramos, Wekcerlley Benevides de Oliveira e Jorge Rodrigo Martins, por homicídio, tentativa de homicídio e fraude processual, no inquérito que investigou um confronto forjado para plantarem com terceiros a arma do caso Nery.

 

O homicídio

 

Ex-presidente da OAB-MT, Renato Nery foi atingido por disparos na cabeça no dia 5 de julho de 2024, quando chegava em seu escritório na Avenida Fernando Corrêa, em Cuiabá.

 

Socorrido com vida, ele foi levado às pressas para o Complexo Hospitalar Jardim Cuiabá, onde passou por cirurgias, mas não resistiu e morreu no dia seguinte.

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