Os bairros que mais registraram casos de violência contra a mulher em Cuiabá em 2024 foram Dom Aquino, Porto, CPA e Pedra 90, segundo o Anuário da Violência, que analisou atendimentos na Delegacia Especializada de Defesa da Mulher (DEDM) e no Plantão de Violência Doméstica.
No ano passado, foram contabilizados 6.223 casos de violência doméstica e crimes sexuais nas duas unidades. Para mapear a distribuição geográfica, a pesquisa considerou uma amostra de 1.742 registros. O relatório foi assinado pela delegada Judá Maali Pinheiro Marcondes, titular da DEDM.
De acordo com o documento, “bairros de áreas periféricas ou originários de ocupações são mais presentes nos registros de violência doméstica”. O Dom Aquino lidera a lista com 52 ocorrências, seguido pelo Porto, também com 52.
Na sequência aparece a região da Morada da Serra (CPA I, II, III e IV), com 49 registros, e o Pedra 90, com 47.
O relatório destaca ainda que “bairros com maior diversidade econômica também têm volume agregado de ocorrências, como é o caso de localidades como o Morada da Serra, Centro, Jardim das Américas, Quilombo, Boa Esperança e Centro Político Administrativo”.
Entre outros pontos de destaque estão o Jardim Florianópolis (35 casos) e o Parque Cuiabá (32). Bairros considerados nobres também aparecem: Duque de Caxias (31), Goiabeiras (27) e Jardim das Américas (20).
Já localidades como Jardim Itália e Jardim Shangri-lá registraram números menores, com 10 e 7 casos, respectivamente.
Perfil socioeconômico
O levantamento mostra que 69% das vítimas vivem em situação de moradia instável ou precária, em imóveis alugados, cedidos ou casas de amparo.
Segundo a delegada Judá Maali, esse cenário “agrava a dependência econômica e emocional, dificultando o rompimento do ciclo de violência. O fato de 19% dependerem de familiares ou amigos demonstra o papel crucial da rede de apoio informal no enfrentamento da violência doméstica”.
A análise aponta ainda que 58% das vítimas têm renda familiar de até três salários mínimos, muitas delas sustentando os filhos apenas com um salário mínimo. Além disso, 3% relataram estar inseridas em programas assistenciais do governo.
“O levantamento da renda e da situação de moradia são indicadores da vulnerabilidade socioeconômica das mulheres e orientam medidas integradas de segurança pública, assistência social e geração de renda. Mais do que enfrentar a violência, é preciso garantir suporte estrutural para a autonomia financeira e habitacional dessas mulheres”, conclui o relatório.
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