Dona de clínica interditada três vezes já foi presa por tráfico

A clínica Spa Diamond La Evidência, interditada na última segunda-feira (22) pela terceira vez após uma ação da Polícia Civil, é de propriedade da fisioterapeuta Laura Cristina Souza Lima, presa durante a Operação Impetus Tijucal, em 2023.

Laura foi alvo da operação deflagrada em janeiro daquele ano, que investiga crimes relacionados ao tráfico de drogas, além de apurar possíveis vínculos associativos entre os investigados. Na ocasião, ela foi detida em sua residência, onde também funciona a clínica. Com ela, os policiais apreenderam R$ 9 mil em espécie.

Nesta nova interdição, realizada na manhã de segunda-feira, no bairro Jardim Petropólis,  a clínica foi vistoriada por equipes da Delegacia Especializada de Defesa do Consumidor (Decon) e por fiscais da Vigilância Sanitária Municipal de Cuiabá. Durante a ação, foram encontrados um armário e uma gaveta com fundos falsos, onde estavam escondidos um cilindro de ozônio e um equipamento utilizado em procedimentos estéticos.

Além disso, a polícia encontrou diversos tubos contendo sangue de uma paciente — material que, possivelmente, seria reinjetado na cliente —, além de um frasco de Benzetacil e uma caixa com 100 unidades do antibiótico Ceftriaxona, das quais 84 ainda estavam lacradas.

A suspeita é de que a fisioterapeuta aplicava antibióticos diretamente em pacientes, prática restrita exclusivamente a médicos.

Publicações

Pelas redes sociais, Laura publicou diversos documentos que, segundo ela, “atestam” a legalidade da clínica e afirmou que a denúncia teria sido feita por concorrentes. De acordo com sua versão, a interdição ocorreu por causa do equipamento de ozônio, que estaria proibido de ser utilizado no país.

“A clínica preza por alvará de funcionamento, alvará sanitário, responsável técnico, projeto arquitetônico de bombeiro. Então a clínica, em si, é legalizada. Eles interditaram e levaram o meu aparelho de ozônio, porque a máquina está proibida em todos os lugares do Brasil”, disse.

Sobre os medicamentos, a fisioterapeuta alegou que seriam para uso pessoal.

Esta não é a primeira vez que a empresária utiliza as redes sociais para se defender das ações da polícia. No início de setembro, após outras duas interdições, Laura gravou um vídeo exibindo documentos e afirmando possuir autorização para o funcionamento da clínica.

Na mesma gravação, ela chegou a alertar a população sobre os riscos de procedimentos realizados em clínicas irregulares.

Veja vídeo:

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