Cuiabá, Domingo, 21 de Setembro de 2025
VIOLÊNCIA
03.11.2016 | 08h31 Tamanho do texto A- A+

"Ela adorava aquela casa", diz neta de idosa morta em Praça

O corpo de Isabel Brandão Queiroz, 76 anos, foi encontrado na noite do último sábado

Arquivo

O crime aconteceu na noite do último sábado, na Praça Popular, em Cuiabá

O crime aconteceu na noite do último sábado, na Praça Popular, em Cuiabá

YURI RAMIRES
DA REDAÇÃO

A Perícia Oficial e de Identificação Técnica (Politec) deve apontar, nos próximos dias, a causa da morte de Isabel Brandão Queiroz, 76 anos. Ela foi encontrada morta, dentro da casa em que morou por 55 anos, na Praça Popular, em Cuiabá, na noite do último sábado.

 

A Praça Popular concentra diversos bares, restaurantes e lojas de grife. A casa de Isabel fica entre um bar e uma joalheria, na rua Senador Vilas Bôas.

 

A ocorrência, em plena noite de sábado, assustou os frequentadores do local.

 

Ao MidiaNews, Juliana Rocha, neta de dona Isabel, contou um pouco sobre o que aconteceu no último final de semana e das dúvidas que pairam sobre sua família enquanto as investigações do crime tomam corpo.

 

“Minha avó já havia se mudado da casa. Ela ficava sozinha e, por causa da idade, do barulho da Praça, foi morar em um apartamento com a minha tia, mas contra a vontade dela. Ela adorava aquela casa”, disse.

 

Tanto é que, segundo Juliana, a casa já estava vazia, sem muitos móveis. Assim que acordou, no sábado, a avó já foi para o local providenciar a limpeza.

 

“Como ela já estava com a mudança quase finalizada, ela foi lá limpar, passar o dia. Ela gostava muito dali, gostava da vizinhança”, contou. Segundo Juliana, a avó deveria ir embora à tarde, mas não voltou para o apartamento.

 

Vizinhos contaram aos familiares que dona Isabel foi vista pela última vez por volta das 14h30 do sábado, limpando a porta da casa. Depois disso, só foi encontrada por volta das 20h, já sem vida.

 

As causas da morte de Isabel ainda estão sendo investigadas. Ela tinha ferimentos no rosto e marcas no braço, o que indica que possa ter sido dominada por alguém. “Ela pode ter reagido e lutado com alguém que ainda não sabemos quem é”, disse.

 

Roubo seguido de morte

MidiaNews

dona isabel

Dona Isabel Brandão e sua filha, Maria Lúcia, durante uma entrevista ao MidiaNews em julho de 2015

 

A primeira suspeita levantada pela polícia logo após o cadáver ter sido encontrado era de que algum morador de rua da região pudesse ter participação no crime.

 

“Minha vó era muito boa, não via maldade nas pessoas. Então, ela sempre dava água, comida, pão para aqueles moradores de rua, que ficam na região da Praça Popular. Tanto é que, quando eu ia visitá-la, alguns me chamavam de prima”.

 

Quando a polícia chegou para atender a ocorrência, consta na comunicação do crime que nenhum desses guardadores de carro foi localizado.

 

No entanto, testemunhas disseram aos familiares que viram um Gol de cor prata, velho, com três homens com um ar de nervosismo saindo do local. Essas informações já foram repassadas para a Polícia Civil.

 

“O cartão e o celular da minha vó foram levados. O celular dela é velho, não tinha muito valor. Não sabemos o que pode ter acontecido dentro da casa e o pior é que a pessoa ainda a trancou lá dentro, fugindo com as chaves”, contou.

 

O corpo só foi encontrado quando um filho chegou no local, com outra chave, e abriu a casa.

 

A reportagem entrou em contato com o delegado Marcel Gomes de Oliveira, da Delegacia de Roubos e Furtos (Derf), que esteve no local do crime, mas não obteve retorno.

 

“Ser de luz”

 

Juliana lembra da avó como um "ser de luz". “Ela era muito católica, tinha um coração muito bom. Dentro da casa, havia diversas santas espalhadas”, conta.

 

Devota da Mãe Peregrina, Isabel tinha costume de levar a imagem da santa para a casa das vizinhas, em meio a uma novena. “As pessoas que tinham que buscar a santa, mas ela fazia questão de levar”.

 

Por muitos anos, frequentou a igreja Mãe dos Homens e realizou trabalhos junto à comunidade e que era muito conhecida.  

 

Quando questionada se não tinha medo de ficar sozinha na casa da praça ela dizia que não, pois “tinha Deus”.

 

“Ela era muito simples, não tinha e não ligava para luxo. Ela era e é um ser de luz”, finalizou.

 

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COMENTÁRIOS
11 Comentário(s).

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Antonio MOdesto  04.11.16 12h54
Trezentos milhões investidos em segurança pública,resultou em que? Tá tendo transformação?
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j.costa  04.11.16 08h51
É inacreditável um acontecimento desse tipo, pois como pode um ser tão bom ser morta antes do tempo, o mundo está num ciclo de violência generalizada. Única certeza que a Sra Isabel esta junto ao nosso Senhor Jesus Cristo, pois pessoas de bem tem seu lugar guardado junto ao pai.
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Gumercindo  03.11.16 15h28
O Brasil é o unico país do mundo que o crime compensa. Não somos um país sério e a nossa policia prende enquanto a justiça solta. Ou seja estamos enxugando gelo. Muito triste ler noticias como essa e saber que uma vida tão preciosa foi ceifada de forma tão cruel. Estamos literalmente entregues a propria sorte e salve se quem puder.
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Eudes Moraes  03.11.16 14h42
Estamos profundamente tristes com essa partida precoce, a D. Isabel era como se fosse a minha própria mãe, que Deus a tenha e que a nossa segurança dê uma resposta a sociedade como um todos. Segure nas mãos de Deus Dona Isabel.
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marcelo  03.11.16 13h27
marginais disfarçados de guardadores de carro tomaram conta da praça popular e redondezas, violencia sem fim, o mesmo ja esta acontecendo nas mediaçoes da praça da mandioca, nada é feito, a policia nao da jeito, cade os machos da rotan? a bandidagem esta aí na frente de todos e a policia nao faz nada.
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