Homem morto por vigias da rodoviária era um imigrante em surto

O homem que morreu após brutalmente agredido por vigilantes da Rodoviária Cuiabá, na madrugada de terça-feira (4), era um imigrante venezuelano identificado como Hidemaro Ivan José Sanchez Camaho, que estava em surto.

A informação foi confirmada pelo delegado da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Nilson Farias, que afirmou que a vítima estava transtornada no momento em que foi agredida pelos vigilantes, que tentavam contê-lo.

Eles acabam assumindo um risco e causando a morte desse cidadão

“Ele chegou alterado na rodoviária, bateu com o peito no vidro, de repente bateu com a cabeça. Estava causando transtorno. Então a função do vigilante é conter essa ação, que, a princípio, era um ato de vandalismo por parte da pessoa que se tornou vítima", disse.

Câmeras de segurança flagraram o momento das agressões. Quatro vigilantes patrimoniais da rodoviária, com idades de 68, 48, 55 e 33 anos, foram presos. Eles devem passar por audiência de custódia na tarde desta quarta-feira.

“Eles excederam na forma em que fizeram a contenção, agredindo-o fisicamente, dando uma chave, mata-leão. Eles acabam assumindo um risco e causando a morte desse cidadão”, explicou o delegado.

Após as agressões, Hidemaro foi socorrido por uma equipe do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) e encaminhado ao Hospital Municipal de Cuiabá, mas não resistiu aos ferimentos. A avítima apresentava escoriações pelo corpo e um corte profundo na cabeça.

De acordo com o delegado, as agressões, seguidas de uma queda sofrida pela vítima, contribuíram para a gravidade dos ferimentos que ocasionaram a morte do imigrante.

“Como ele já estava com distúrbios, sofreu muitas pancadas. Inclusive, apreendemos uma tonfa retrátil de ferro, que não é permitida nem pela empresa de vigilância. Isso pode ter causado alguma lesão. Ele vinha cambaleando e tropeça, bate com a cabeça, e, na sequência, é submetido a uma chave de braço, que também contribuiu, com certeza, para o resultado da morte”, afirmou.

“As imagens são claras, e, ao meu ver, é claro que são quatro indivíduos, quatro servidores, e a conduta deles será individualizada”, declarou Nilson Farias.

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