Cuiabá, Sexta-Feira, 3 de Outubro de 2025
DO SOFÁ DA DOMICILIAR
03.10.2025 | 14h10 Tamanho do texto A- A+

Lobista continuava atuando em venda de sentenças, diz revista

Andreson de Oliveira foi alvo de uma nova fase da Operação Sisamnes e teve o celular apreendido

Divulgação

O lobista Andreson de Oliveira Gonçalves, figura central da investigação da PF

O lobista Andreson de Oliveira Gonçalves, figura central da investigação da PF

ANDRELINA BRAZ
DA REDAÇÃO

A nova fase da Operação Sisamnes, deflagrada na manhã desta sexta-feira (3) pela Polícia Federal, cumpriu mandados de busca e apreensão na casa do lobista Andreson de Oliveira Gonçalves, em Primavera do Leste (240 km de Cuiabá), após o descumprimento de medidas cautelares.

 

Segundo apuração da revista Piauí, a motivação para a operação foi a suspeita de que Andreson continuava atuando na negociação de sentenças judiciais, após determinação de sua prisão domiciliar.

 

O ministro Zanin designou um perito para ir até a casa de Gonçalves checar quais são suas reais condições de saúde

Durante a ação, o policial militar Djair Silvestre Santos, que fazia a segurança de Andreson, foi preso por obstrução de justiça, ao tentar esconder um celular no momento da chegada dos agentes federais.

 

A operação foi autorizada pelo ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF), e mantida sob sigilo.

 

Andreson foi preso em novembro de 2024, após investigações da Polícia Federal o apontarem como principal operador de um esquema de venda de decisões judiciais no Superior Tribunal de Justiça (STJ), no Tribunal de Justiça de Mato Grosso e em outros estados.

 

Ele foi colocado em prisão domiciliar em julho deste ano, após a apresentação de um laudo médico que apontava risco de morte devido ao seu estado de saúde. À época, imagens divulgadas mostravam o lobista com aparência debilitada, em condição física considerada "esquelética".

 

"Pessoas que acompanham o caso entendem que, se a suspeita é de continuidade na atividade criminosa, seria o caso de prisão, exceto se constatado que, pela fragilidade de seu estado de saúde, ele correria risco no sistema prisional. Segundo uma fonte ouvida pela piauí, o ministro Zanin designou um perito para ir até a casa de Gonçalves checar quais são suas reais condições de saúde", diz trecho da reportagem. Leia na íntegra AQUI

 

A operação Sisamnes

 

A investigação teve início após o assassinato do advogado Roberto Zampieri, em dezembro de 2023, em Cuiabá. Durante a apuração do crime, o celular da vítima foi apreendido.

 

Nele, o Ministério Público de Mato Grosso encontrou conversas comprometedoras com desembargadores do Tribunal de Justiça.

 

O material foi enviado ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que identificou indícios de que Zampieri comprava decisões judiciais. Entre os envolvidos estariam os desembargadores Sebastião de Moraes Filho e João Ferreira Filho, ambos afastados dos cargos.

 

As mensagens também revelaram a relação próxima entre Zampieri e um lobista de Brasília, identificado como Andreson, que dizia ter acesso a gabinetes de ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ).

 

Em alguns trechos, Andreson compartilhou minutas antecipadas de decisões e relatou pagamentos a assessores de ministros em troca de sentenças favoráveis.

 

Diante dos indícios, a Polícia Federal deflagrou a primeira fase da Operação Sisamnes em novembro de 2024.

 

Leia mais:

 

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