Mato Grosso já alcançou 82,9% dos casos de feminicídio em relação ao ano passado, em que 47 mulheres foram mortas por condição de gênero, de acordo com os dados do Observatório Caliandra, do Ministério Público. De janeiro até setembro foram 39 feminicídios registrados no Estado.
Isso ocorreu mesmo com a Secretaria de Segurança Pública aumentando o efetivo da Patrulha Maria da Penha no Estado. O secretário, coronel César Roveri, afirma que o número de profissionais que trabalham com a Patrulha está sendo dobrado neste ano. Ela atua na fiscalização do cumprimento de medidas protetivas.
Roveri explica que Mato Grosso soma mais de 13 mil medidas protetivas, sendo que duas das mulheres registradas no mecanismo de proteção foram vítimas de feminicídio, afirmou o secretário.
“Nós tivemos, até o final de agosto, praticamente um pouco mais de 13 mil medidas protetivas concedidas e protegendo as mulheres de Mato Grosso. Infelizmente, dessas 13 mil mulheres protegidas, perdemos duas. Não era para termos perdido nenhuma mulher”, afirmou.
No entanto, a quantidade de feminicídios segue alta no Estado. No último ano Mato Grosso liderou o ranking nacional de feminicídios.
Rede de proteção
O secretário também comentou sobre a rede de proteção às mulheres vítimas de violência, que afirmou ser completa em Mato Grosso. Além disso, ele ressaltou a necessidade de as mulheres denunciarem para que possam ser protegidas.
“A nossa rede de proteção é muito grande, envolve o Ministério Público, a Justiça, a Defensoria Pública, enfim, temos uma série de órgãos, instituições e a sociedade civil organizada para nos ajudar a fazer esse enfrentamento”, disse.
Na mesma ocasião, o secretário da pasta de Rondônia, Felipe Vital, que participava de um evento relacionado à união de operações de segurança entre os Estados, falou sobre o tema, considerando que o seu Estado está, junto com Mato Grosso, como um dos que mais matam mulheres por motivações de gênero.
Ele disse que os Estados, por causa de sua “cultura” diferente, registram mais casos de feminicídio que o resto do país.
“Rondônia já figurou como o Estado com o maior índice de feminicídio do Brasil. Hoje, nós estamos entre os quatro. Agora, houve uma crescente em Mato Grosso e fica esse puxa-encolhe, esse gráfico de sobe e desce. E onde é que está o problema? Então, o problema está na base”, afirmou.
Segundo ele, a Segurança Pública não deve ser a única responsabilizada, já que é um problema social que deve ser atendido por um trabalho multidisciplinar, envolvendo órgãos como Tribunal de Justiça, Ministério Público, Assistência Social, Educação e auxílio psicológico.
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