DA ASSESSORIA
A Polícia Judiciária Civil (PJC), o Instituto de Defesa Agropecuária (Indea) e a Vigilância Sanitária realizaram, nesta quinta- feira (26), uma operação conjunta de fiscalização em casas agropecuárias e mercados da cidade de Tapurah (433 km a Médio-Norte), com o objetivo de verificar a venda de venenos proibidos ao consumidor.
Segundo o delegado Luiz Henrique Oliveira, chegaram à Delegacia várias denúncias de estabelecimentos comerciais que vendiam produtos, cujo princípio ativo é de venda proibida.
"Tais produtos, em regra, estão sendo utilizados como raticidas. Sua comercialização é proibida em razão do alto grau de toxicidade”, explicou o delegado.
Durante a operação, a fiscalização apreendeu, em um grande supermercado da cidade, cerca de 40 caixas do produto “Tiro e Queda”, que estavam expostas para venda. A Vigilância Sanitária autuou o estabelecimento que ainda responderá procedimento criminal.
Também foram apontadas pela Vigilância Sanitária diversas irregularidades no produto, desde sua embalagem, instruções de uso e a falta de informações quando ao alto nível de toxidade.
Além disso, o registro na Anvisa constante no rótulo e o CNPJ da Empresa produtora não possuem validade.
Conforme o delegado, nos últimos meses foi observado o aumento da mortandade de animais domésticos, contaminados após aplicação de veneno em residências. O delegado citou o caso de um morador que aplicou o veneno em um pedaço de pão.
"Além de matar os ratos, o pão foi ingerido por alguns passarinhos, que caíram mortos no interior de um canil. Dois cães comeram os passarinhos mortos,acabaram contaminados, e também morreram. Nesse caso, os sintomas indicam que foi administrado o veneno conhecido como “Estriquinina”, exemplifica.
A representante do Indea, Denide Guimarães, salienta que a toxidade é tão grande que as mortes podem ocorrer até o sétimo nível, sendo que no caso do Aldicarb (Chumbinho) nem sequer existe antídoto.
Conforme o Indea há vários casos de morte acidental provocada por venenos proibidos, especialmente de crianças. Um dos casos aconteceu em 2011, na cidade de Itanhangá (475 km ao Norte da Capital), onde um homem foi assassinado pela mulher, após beber um chá contaminado com “Chumbinho”.