Cuiabá, Segunda-Feira, 16 de Junho de 2025
MORTE DE NERY
09.04.2025 | 11h30 Tamanho do texto A- A+

PM suspeito de intermediar homicídio teve celular apreendido

O policial militar Jackson Pereira Barbosa foi alvo da operação que investiga morte do advogado Renato Nery

Reprodução

Jackson Pereira Barbosa é policial militar em Primavera do Leste

Jackson Pereira Barbosa é policial militar em Primavera do Leste

ANGÉLICA CALLEJAS
DA REDAÇÃO

O policial militar Jackson Pereira Barbosa foi alvo da Operação Office Crime - O Elo, deflagrada na terça-feira (8), em Primavera do Leste (234 km a leste de Cuiabá), suspeito de intermediar o homicídio do advogado Renato Nery, em julho passado, em Cuiabá.

 

A operação, comandada pela DHPP (Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa) da Capital, que investiga o crime, cumpriu mandado de busca e apreensão e apreendeu o aparelho celular dele.

 

Durante o cumprimento da ordem judicial, os investigadores inicialmente foram até o Condomínio Cidade Jardim, em Primavera, onde o PM reside junto da esposa, porém ele não foi localizado no imóvel, sendo encontrado na academia onde treina.

 

Os elos

 

No condomínio de alto padrão residem, ainda, o casal de empresários Cesar Jorge Sechi e Julinere Goulart Bentos, que foi alvo de busca e apreensão na primeira fase da operação, em outubro de 2024.

 

Conforme revelado durante a investigação, Renato Nery travou uma batalha jurídica com César Sechi e Julinere Bentos por dois imóveis no município de Novo São Joaquim, avaliados em R$ 30 milhões.

 

O processo envolveu a reintegração de posse das áreas, que Nery recebeu como pagamento por honorários advocatícios. Na época, o casal foi condenado a pagar de R$ 300 mil por litigância de má-fé por produzir documento falso no processo.

 

Outra conexão mostra um possível vínculo entre Jackson Barbosa e o ex-Rotam Heron Teixeira Pena Vieira, que atualmente está detido em Cuiabá por envolvimento no homicídio de Nery. Ambos foram denunciados pelo MPE (Ministério Público Estadual) no âmbito da Operação Simulacrum, em 2022.

 

A Simulacrum investigou um grupo de extermínio, formado por 50 policiais militares, que mataram dezenas de pessoas em confrontos forjados em Cuiabá e Várzea Grande, entre 2017 e 2020, para promoverem seus nomes e seus respectivos batalhões.

 

Na denúncia do MPE, consta que, Jackson, Heron e outros 13 PMs teriam, no dia 3 de outubro de 2017, na localidade conhecida como “Mangueiral”, na região do Rodoanel, em Cuiabá, forjado um confronoto que resultou nos assassinatos de Mayson Ricardo de Moraes Dihl, Fabrício Soares Ferreira e Deberson Pereira de Oliveira. 

 

Homicídio de Nery

 

Ex-presidente da OAB-MT, Renato Nery foi atingido por disparos na cabeça no dia 5 de julho de 2024, quando chegava em seu escritório na Avenida Fernando Corrêa, em Cuiabá. 

 

Socorrido com vida, ele foi levado às pressas para o Complexo Hospitalar Jardim Cuiabá, onde passou por cirurgias, mas não resistiu e morreu no dia seguinte.

 

Desde o dia 6 de março deste ano, estão presos os PMs da Rotam Leandro Cardoso, Wailson Alessandro Medeiros Ramos, Wekcerlley Benevides de Oliveira e Jorge Rodrigo Martins, e o caseiro Alex Roberto de Queiroz Silva. Já o ex-Rotam, Heron Teixeira Pena Vieira, se entregou na DHPP no dia 7 do mesmo mês.

 

Todos eles são suspeitos de envolvimento no homicídio de Nery, sendo o caseiro Alex Roberto apontado como autor dos disparos que mataram o advogado.

 

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