O delegado Caio Fernando Alvares Albuquerque, titular da DHPP (Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa), afirmou acreditar que a versão do empresário Idirley Alves Pacheco, de que vinha sendo extorquido pelo ex-jogador de vôlei Everton Fagundes Pereira da Conceição, de 46 anos, não passa de uma “versão isolada”. Os indícios seguem apontando para um homicídio por motivação passional.
“Ele [Idirley] apresenta a tese que estava sendo vítima de extorsão por parte da vítima e por parte da sua ex-mulher. Mas tudo indica que é uma alegação isolada dele. Por outro lado, os elementos que já tem nos autos e que estão chegando aos autos são no sentido de que a motivação é passional, diante do possível relacionamento amoroso da vítima com a ex-esposa do apontado autor”, disse em entrevista ao Programa do Pop, da TV Cidade Verde.
Everton foi assassinado a tiros na noite de quinta-feira (10) nas proximidades da Avenida República do Líbano, em Cuiabá. O atleta foi encontrado já sem vida dentro de uma Volkswagen Amarok, que pertencia a Idirley.
A ex-esposa do empresário foi quem o denunciou à Polícia, dizendo que acreditava que ele tinha sequestrado o ex-jogador, de quem ela era amiga.
Naquela mesma noite, Everton foi morto a tiros e a Polícia passou a investigar uma motivação passional, já que o empresário suspeitava de uma relação entre sua ex e a vítima.
Segundo o delegado, as investigações seguem em andamento e irão demonstrar a real motivação para o crime.
Na versão apresentada por Idirley, ele alega ter agido em legítima defesa ao perceber que a vítima estava armada. No entanto, a ex-esposa afirmou tê-lo visto entrando no veículo em que ele estava com a vítima já armado.
“Ele sinaliza para uma possível legítima defesa, argumentando que dentro da caminhonete, vendo que a vítima estava armada e que tentava pegar a arma, ele se adiantou e conseguiu pegar a arma da vítima e logo depois há os disparos. Mas é uma versão isolada dele. Por outro lado, temos relatos de que ele entrou já armado na caminhonete”, explicou o delegado.
Depois dos disparos e de Everton — que estava na direção do veículo — atingir outro carro, Idirley desceu da caminhonete e saiu correndo em disparada. Em seu depoimento, ele disse que se desfez da arma em um córrego.
“Fomos até esse local e não encontramos a arma, e também precisamos saber se essa arma já era dele, se foi emprestada. A que título essa arma foi parar na mão dele?”.
Segundo o delegado, a prisão é temporária e tem o prazo inicial de 30 dias, mas todos os elementos são “verossímeis”, “fidedignos” e apontam como autor do crime o Idirley.
A prisão de Idirley foi decretada pela Justiça a partir de um pedido feito pela DHPP, e o empresário se entregou na manhã de segunda-feira (14).
Carreira no esporte
Mais conhecido como “Boi”, Everton foi um dos grandes jogadores de vôlei da história de Mato Grosso. Ele ganhou títulos pela Seleção Brasileira infantojuvenil na década de 90, além de ter construído carreira fora do Brasil.
O atleta começou no esporte aos 11 anos, no Colégio Adventista, em Várzea Grande, se destacando e chamando atenção onde jogou. Aos 14, foi para o seu primeiro clube fora de Mato Grosso, o Minas Tênis Clube, em Belo Horizonte, e a partir dali não parou mais.
Com 1,97 metro, Everton Fagundes tornou-se campeão mundial infantojuvenil, em 1995, e campeão sul-americano juvenil, em 1996. Ele ganhou também a Liga Nacional, em 2006, e diversos outros campeonatos.
Everton participou de quatro campeonatos na Superliga Brasileira, passou para a Superliga Espanhola na temporada de 2002/2003 e mudou para o campeonato japonês entre 2007 e 2008. Em seguida, foi para o vôlei argentino, onde disputou a temporada de 2008/2009. O jogador voltou ao Brasil para jogar no Cuiabá Vôlei Clube, onde encerrou a sua carreira em 2010.
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