Criminosos investigados pela Delegacia de Repressão a Crimes Informáticos (DRCI) usaram uma linha telefônica de celular, pré-pago, cadastrada no nome do ex-deputado federal Fábio Garcia (DEM).
Eles usaram o número para espalhar fake news contra o governador Mauro Mendes (DEM); o comandante geral da Polícia Militar, coronel Jonildo José de Assis; e o diretor da Polícia Civil, Mário Dermeval, entre outros (veja abaixo).
As informações estão no inquérito que apura os crimes, e que culminou na deflagração da Operação Fake News, na manhã desta terça-feira (14).
Segundo a investigação, usando o número 65 8175-8201, os criminosos encaminhavam mensagens aos deputados estaduais dizendo que o governador e o secretário chefe da Casa Civil Mauro Carvalho estariam os gravando desde o dia 22 de abril de 2019 (veja abaixo).
"Tudo feito com detetives particulares e apoiado pela PM alguns delegados (sic)", dizia trecho da conversa. "Cuidado ele vai explodir vocês", completava a mensagem.
No print da conversa, ainda é possível ver que há o questionamento sobre onde e como essas gravações teriam sido feitas, mas o interlocutor não responde.
Os criminosos diziam, na fake news, que o Palácio Paiaguás estavam gravando clandestinamente 13 parlamentares, a maioria da base governista de Mauro.
São eles: Janaina Riva (MDB), Max Russi (PSB), Eduardo Botelho (DEM), Romoaldo Júnior (MDB), Paulo Araujo (PP), João Batista (Pros), Ondanir Bortolini, o Nininho (PSD), Delegado Claudinei Lopes (PSL), Wilson Santos (PSDB), Elizeu Nascimento (PSL), Carlos Avallone (PSDB), Allan Kardec (PDT) e o Doutor João José (MDB).
Na mensagem falsa, os criminosos apontavam que os “grampos” teriam sido feitos também com o apoio do tenente-coronel Luís Fernando Oliveira Dias e do então delegado Eduardo Botelho, titular da Deccor (Delegacia de Combate a Corrupção); da primeira-dama Virgínia Mendes; e do secretário-chefe da Casa Civil, Mauro Carvalho.
Boletim de Ocorrência
O ex-deputado, que é presidente do DEM em Mato Grosso e amigo pessoal do governador Mauro Mendes, registrou um boletim de ocorrência sobre o assunto.
No depoimento ele garantiu desconhecer o número de telefone e disse acreditar que ele tenha sido cadastrado “fraudulentamente” em seu nome.
"Acredita que a linha telefônica tenha sido cadastrada fraudulentamente em seu nome, que autoriza essa delegacia a tomas as procidências cabíveis no sentido de obter dados referentes a tal linha, bem como, solicitar a exclusão da mesma", diz trecho do documento.
Veja a fake:
Operação Fake News
Agentes da DRCI cumpriram seis mandados de busca e apreensão na manhã desta terça-feira (14) contra três alvos suspeitos em Cuiabá.
Um deles foi cumprido na residência de Marco Polo Pinheiro, irmão do prefeito Emanuel Pinheiro (MDB), no Bairro Consil.
Os outros dois suspeitos são ex-servidores da Prefeitura Municipal de Cuiabá, Luiz Augusto Vieira Silva, conhecido como Guto, e William Sidney Araújo de Moraes.
O objetivo da operação é desarticular uma possível associação criminosa envolvida em crimes de calúnia, difamação, injúria, perseguição e falsa identidade contra empresários, servidores e agentes públicos de Mato Grosso.
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