Cuiabá, Domingo, 6 de Julho de 2025
FAMÍLIA ASSASSINADA
06.07.2025 | 14h00 Tamanho do texto A- A+

Abilio: jogos e internet estão instruindo crianças a serem violentas

Durante fala sobre acolhimento, prefeito criticou omissão dos pais e citou assassinatos no RJ

Victor Ostetti/MidiaNews

O prefeito de Cuiabá, Abilio Brunini, que falou sobre violência

O prefeito de Cuiabá, Abilio Brunini, que falou sobre violência

LIZ BRUNETTO E VITÓRIA GOMES
DA REDAÇÃO

O prefeito de Cuiabá, Abilio Brunini (PL), criticou o uso excessivo da internet e dos jogos eletrônicos durante a formação de crianças e adolescentes, e usou como exemplo o caso do menor que matou toda a família no Rio de Janeiro após ser proíbido de viajar para Mato Grosso para ver a namorada virtual, que mora em Água Boa. 

Não só instrumentos de violência no sentido de práticas reais de violência contra as crianças e adolescentes, mas também no sentido de instruir a criança a ser violenta

 

As declarações foram dadas durante coletiva de imprensa na manhã de quinta-feira (4), na sede da Prefeitura. Abilio falou também sobre o projeto de lei Programa Família Acolhedora, voltado à proteção de menores em situação de vulnerabilidade.

 

“No Brasil, nós talvez estejamos vivendo hoje um dos piores momentos no sentido da violência contra as crianças e os adolescentes. A gente tem visto que a internet, a rede social, o YouTube, os jogos têm se tornado, muitas vezes, instrumentos de violência. Não só instrumentos de violência no sentido de práticas reais de violência contra as crianças e adolescentes, mas também no sentido de instruir a criança a ser violenta. De instruir ela a perder o seu caminho”, declarou o prefeito.

 

Foi nesse momento que Abilio citou o caso do menor que arquitetou a morte dos pais e do irmão. Ele e a namorada, de 15 anos, moradora de Água Boa, se conheceram por meio de um jogo online. 

 

“A gente viu recentemente um garoto que assassinou os pais e o irmão por causa de um relacionamento de internet do qual ele não deveria ter acesso a esse tipo de contato”, completou o prefeito. 

 

O prefeito classificou como violência não só agressão física e psicológica, como também se manter aquém da educação dos filhos e entregá-la às telas. 

 

“Muitas crianças hoje sofrem violências todos os dias dentro da sua casa quando o pai e a mãe se omitem de educar ou cuidar deles para ter um pouco de sossego e deixam eles no YouTube consumindo conteúdos que muitas das vezes vão desconstruindo a sua personalidade ou construindo uma personalidade negativa. Uma criança que terá dificuldades com a sociedade”, afirmou.

 

Família Acolhedora

 

Durante a coletiva o prefeito alertou para o aumento de casos de violência contra crianças e adolescentes, como prostituição infantil nas estradas, maus-tratos dentro de casa e abandono digital. 

 

Ele afirmou que as casas-lares da capital estão saturadas e defendeu o Programa Família Acolhedora.

 

Abilio destacou que a convivência com uma família acolhedora preparada pode reduzir traumas e ajudar no desenvolvimento das vítimas. O projeto prevê auxílio financeiro de R$ 2.227,00 para cobrir custos com alimentação, roupas e materiais pedagógicos. 

 

Segundo ele, o programa não substitui as casas-lares, mas soma esforços para ampliar a capacidade de atendimento em Cuiabá.

 

Mortes no Rio 

 

O adolescente de 14 anos é apontado como o autor da morte do pai, da mãe e do irmão de 4 anos, em Itaperuna (RJ). 

 

O crime aconteceu na noite de 21 de junho, e os corpos só foram localizados na manhã do dia 25, dentro de uma cisterna nos fundos da casa da família, no distrito de Comendador Venâncio.

 

O adolescente teria usado a arma do pai para executar a família. Ele esperou os pais dormirem, pegou a arma escondida debaixo da cama e atirou, segundo a Polícia. Em seguida matou o irmão de 4 anos.

 

O delegado Carlos Augusto Guimarães, titular da 143ª Delegacia de Polícia, afirmou que o menor confessou o crime com "frieza" durante interrogatório.

  

No dia 24 de junho, o adolescente compareceu à delegacia acompanhado da avó para registrar o desaparecimento dos familiares. No entanto, durante as investigações, os policiais descobriram inconsistências em seu relato.

 

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