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31.03.2025 | 13h50 Tamanho do texto A- A+

Abin hackeou autoridades paraguaias durante governo Lula

Segundo o 'Uol', a ação foi realizada para obter informações relacionadas à negociação de tarifas da usina hidrelétrica de Itaipu

Reprodução

Presidente Lula  e presidente do Paraguai, Santiago Peña

Presidente Lula e presidente do Paraguai, Santiago Peña

DA REDAÇÃO

A Agência Brasileira de Inteligência (Abin) hackeou, durante o atual governo Lula (PT), autoridades do governo do Paraguai para obter informações relacionadas à negociação de tarifas da usina hidrelétrica de Itaipu Binacional, objeto de disputa comercial entre os dois países, registrou o Uol.

 

Embora o planejameno tenha começado ainda na gestão de Jair Bolsonaro (PL), a ação foi executada com a autorização do atual diretor da Abin, Luiz Fernando Corrêa (foto).

 

Segundo o portal, a ação foi descrita com detalhes por um servidor da Abin envolvido durante depoimento à Polícia Federal.

 

Um segundo agente da Abin também falou à PF sobre a existência da operação efetuada meses antes do fechamento de um novo acordo sobre os valores pagos por energia ao Paraguai, em maio de 2024.

 

O objeto da operação era a obtenção dos valores que seriam negociados do anexo C dos valores de venda de energia produzida por Itaipu

Parte integrante do inquérito que apura desvios da Abin sob a gestão de Alexandre Ramagem no governo Bolsonaro, a investigação também detectou suspeitas de irregularidades envolvendo a direção atual.

 

A operação da Abin

 

Com mais de 20 anos de experiência na Abin, o servidor contou a PF que a ação envolveu o uso do programa Cobalt Strike, usado para invasão de dispositivos de informática.

 

“O Cobalt Strike era uma ferramenta utilizada para o desenvolvimento de um artefato de intrusão em computadores do governo paraguaio para dados relacionados à negociação bilateral de Itaipu […] O objeto da operação era a obtenção dos valores que seriam negociados do anexo C dos valores de venda de energia produzida por Itaipu”, afirmou.

 

Em depoimento, ele disse que agentes da Abin fizeram três viagens para Chile e Panamá, de onde foram disparados os ataques, para montar os servidores virtuais usados na ação.

 

“Foram invadidos o Congresso paraguaio, Senado, Câmara e Presidência da República”, revelou o agente.

 

Os alvos eram “autoridades relacionadas diretamente à negociação e aos valores a serem cobrados por megawatt”.

 

“Foram capturadas [informações] de cinco ou seis pessoas”, acrescentou, sem mencionar a data da operação, as informações obtidas ou as identidades dos alvos.

 

A ‘vibração’ do novo diretor da Abin

 

O servidor também contou à PF que o plano de operação foi inicialmente aprovado pelo ex-diretor da Abin Victor Carneiro, responsável por chefiar a agência no final do governo Bolsonaro.

 

Contudo, a operação foi levada adiante na gestão de Luiz Fernando Corrêa, que “teria vibrado, gostou muito, era a primeira vez que se sentia numa atividade de inteligência”, afirmou o servidor.

 

Delegado aposentado da PF, Corrêa é homem de confiança de Lula.

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