Os deputados estaduais aprovaram, na sessão noturna desta terça-feira (17), a convocação dos delegados Lindomar Tofoli e Anderson Veiga.
Eles foram citados na denúncia do prefeito de Cuiabá Emanuel Pinheiro (MDB) sobre um suposto uso indevido da Delegacia Fazendária (Defaz), por parte do Governo do Estado.
O requerimento que pediu a convocação dos dois policiais foi apresentado pelo deputado Lúdio Cabral (PT). Já a votação ocorreu de forma simbólica e ninguém comentou o requerimento.
Cabe, agora, ao presidente da Assembleia Legislativa, deputado Eduardo Botelho (DEM), a definição da data em que Lindomar e Anderson irão ao Legislativo explicar o episódio.
A decisão dos deputados ocorreu no mesmo dia em que Emanuel disse ao MidiaNews não ser mais plausível a Assembleia adiar a convocação dos delegados.
Isso porque, Lindomar entrou com um mandado de segurança contra o delegado-geral da Polícia Civil, Mário Dermeval, buscando a anulação do ato que o transferiu da Defaz para a Delegacia de Polícia Várzea Grande. Ele apontou perseguição política.
"Ele [Lindomar Tofoli] está apontando perseguição política. Os elementos que ele usa na ação são materiais mais que suficientes para a Assembleia ouvi-lo. A investigação vem somente após as oitivas. Depois de ouvir o Anderson, o Lindomar e o delegado-geral, Mario Dermeval, a Assembleia vai poder ter juízo de valor se deve fazer investigação. Se deve arquivar ou não. Mas, no mínimo, serem ouvidos. Não tem mais justificativa plausível para Assembleia não ouvi-los”, afirmou Emanuel.
“Pedi que ouvissem os delegados. Agora, o delegado Lindomar ingressou na Justiça um mandado de segurança e entre as fundamentações colocou a nossa denúncia, demonstrando que ele precisa ser ouvido para esclarecer os fatos”, acrescentou.
Entenda o caso
O prefeito protocolou na Assembleia Legislativa um pedido para que seja investigada uma suposta tentativa de articulação, feita na Polícia Civil, para lhe prejudicar.
Segundo apurou a reportagem, no documento entregue à AL, o prefeito relata que dois delegados teriam recebido a incumbência de "incriminá-lo", com base em um boletim de ocorrência feito por uma servidora da Saúde municipal.
No B.O., a servidora disse ter presenciado Emanuel pagando suposta propina a vereadores de Cuiabá para cassarem o mandato do colega Abílio Júnior (PSC).
O episódio teria acontecido no último dia 21, durante um jantar na casa do vereador Juca do Guaraná (Avante).
De acordo com informações que chegaram ao conhecimento de Emanuel, os dois delegados teriam sido expressamente orientados a lhe "detonarem".
Em nota, o delegado-geral da Polícia Judiciária Civil Mário Dermeval de Resende disse repudiar as alegações do prefeito. "A Polícia Judiciária Civil repudia veementemente as falas atribuídas ao atual prefeito de Cuiabá, constantes em matérias publicadas na imprensa, no sentido de que dois delegados de Polícia estariam sendo transferidos da Defaz por 'pressão política' ou por qualquer outro motivo que não seja absolutamente técnico e pautado no interesse da administração pública", afirmou, referindo-se à saída dos delegados Lindomar Tofoli e Anderson Veiga da Defaz.
"Tais declarações são infundadas e afrontam a inteligência da população, até porque os delegados citados sequer estão à frente das investigações ventiladas", acrescentou.
Ainda na nota o delegado confirmou que a Polícia Civil encaminhou ao Núcleo de Ações de Competências Originárias (Naco), do Ministério Público Estadual (MPE), a denúncia com base no boletim feito pela servidora.
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"Não há mais justificativa plausível para AL não ouvir delegados"
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1 Comentário(s).
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Adaildon E M Costa 18.12.19 06h48 | ||||
Lamentável! Uma exposição política, desnecessário, da nossa operosa e atuante Polícia Judiciária Civil. Uma pena!!! | ||||
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