Em depoimento prestado ao Gaeco, no dia 17 de novembro passado, a empresária Jamille Ayoub Grunwald Guizardi, mulher de Giovani Guizardi, réu confesso e delator de um esquema de corrupção na Seduc (Secretaria de Estado de Educação), disse que o empresário Alan Malouf, que está preso, teria lhe dito que colocou dinheiro na campanha do então candidato ao Governo Pedro Taques (PSDB).
Ela também disse que o empresário e o governador são “amigos íntimos”. “Pois já o viu uma vez na casa de Alan e duas vezes na casa da mãe do Alan, em almoços de família”, afirmou Jamile.
Ela foi convocada pelos promotores de Justiça do Gaeco para falar sobre o esquema de corrupção, iniciado no ano passado, da qual seu marido é acusado de ter chefiado.
No depoimento, iniciado às 16h30 horas, na sede do Gaeco, Jamille disse que desconhecia qualquer ato ilícito praticado por seu marido antes de sua prisão.
“Logo que tomei conhecimento da prisão de meu esposo, perguntei a ele o que estava acontecendo, mas ele não me explicou, limitando-se a pedir que eu tivesse calma”, disse.
“Imediatamente eu telefonei para meu primo Alan Malouf para lhe pedir apoio e orientação de como proceder, mas até então eu desconhecia qualquer participação dele em atos ilícitos. Eu apenas liguei para Alan porque ele é uma pessoa muito próxima.E eu acreditava que ele poderia lhe orientar e indicar um advogado”, relatou Jamile.
Segundo o depoimento, Alan também pediu para que ela "ficasse calma", pois iria ajudá-la e mencionou o advogado Saulo Gahyva como alguém que poderia ser consultado para prestar assistência jurídica.
“O Giovani demorou para me contar o que teria causado a sua prisão; ele foi contando aos pouquinhos e, aliás, não tenho certeza que ele me tenha contado tudo. No início, inclusive, eu brigava muito com ele, para que me contasse o motivo da prisão, mas ele resistiu muito, antes de contar”, afirmou Jamile.
De acordo com ela, em determinado momento o marido acabou confessando que realmente havia recebido dinheiro com alguns empresários - e depois "distribuía" para outras pessoas, mas resistia em lhe contar quem seriam tais pessoas.
“Depois de muito insistir para que ele me contasse a verdade, ele me relatou que entregava parte do dinheiro arrecadado junto aos empresários para seu primo Alan Malouf, por conta deste ter doado dinheiro para a campanha do Governo do Estado de 2014", afirmou a empresária.
“Posteriormente, mas antes de ser transferido para o SOE (Serviços de Operações Especiais), Giovane relatou que o deputado Guilherme Maluf também tinha envolvimento nos atos ilícitos perpetrados, mas não lhe deu detalhes”, afirmou.
Alan: “Muito dinheiro envolvido”
A empresária relatou que Alan Malouf lhe perguntou sobre o porquê da transferência de Giovani do Centro de Custódia de Cuiabá para o SOE.
“Eu disse a ele que o Giovani iria fazer uma delação, e também porque teria sido ameaçado. Nessa oportunidade eu sugeri ao Alan que também se antecipasse e colaborasse com a Justiça. Ele me respondeu que não poderia, pois tinha muito dinheiro envolvido”, disse Jamile.
A empresária disse que Alan lhe confidenciou que “havia colocado dinheiro na campanha do governador Pedro”. E que este dinheiro voltava através de obras.
“Nesta oportunidade eu coloquei meu ponto de vista contra este tipo de conduta e Alan tentava se justificar dizendo que eu não entendia como funcionavam as coisas”, disse.
Ela relatou também ao Gaeco que não sabe quanto foi doado por Alan para a campanha do governador Pedro Taques.
“Eu perguntei ao Alan, nessa oportunidade, se o governador sabia que havia esta devolução do dinheiro. Ele me disse que eu não deveria se envolver com esse assunto”, disse.
No prédio de Pedro Taques
A empresária Jamile disse aos promotores de Justiça que se recorda que, logo após esta conversa com Alan, ela se deslocou até o Prédio Riviera Santa Rosa, local onde o governador residia, assim como o irmão dela reside.
“Eu fiquei até por volta das 23h30 horas no apartamento do meu irmão, e pretendia conversar com o governador sobre o que teria sido relatado por Alan. Eu ficava interfonando na portaria do prédio (liguei umas duas vezes) para descobrir se a esposa do governador de nome Samira havia chegado, sendo que eu queria, de fato, saber se o governador tinha entrado no prédio”, disse.
Ela relatou que como o governador não chegava, decidiu sair do prédio por volta das 23h30 e foi para sua residência.
Jamile contou também ao Gaeco que, perto do Dia dos Namorados deste ano, estava no Shopping Goiabeiras, onde tem uma loja, quando viu o governador Pedro Taques andando na sua direção.
“Ele estava aparentemente sozinho com seguranças atrás. Percebi que ao me ver, o governador Pedro Taques tentou desviar, porém eu fiz questão que ele me visse. Nesse momento, ele me cumprimentou e disse: ‘quero muito falar com você, hoje ainda’", relatou ao Gaeco.
A empresária contou ao Gaeco que disse a Pedro Taques que ele poderia lhe procurar, pois tinha seu telefone.
“Ele me disse: ‘Ainda hoje". E saiu. Nunca recebi seu contato”, afirmou, ressaltando que conhece o governador há mais de quinze anos, “porém sem qualquer intimidade”.
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17 Comentário(s).
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Milton Carlos 16.12.16 20h32 | ||||
e o comentario de que um diretor da odebrecht esteve em cuiaba em plena campanha eleitoral de 2014? tao investigando tambem?? | ||||
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Marcos Mendonça 16.12.16 20h30 | ||||
uma vida tao boa cheia de riquesa e luxo e vai se enfiar na politica e terminar preso.... praque??? | ||||
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BAGRE ENSABOADO 16.12.16 20h19 |
BAGRE ENSABOADO, seu comentário foi vetado por conter expressões agressivas, ofensas e/ou denúncias sem provas |
Emílie Grácie 16.12.16 19h57 | ||||
Em respeito ao povo mato-grossense, o governador precisa se pronunciar. | ||||
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Ana Lídia 16.12.16 19h55 | ||||
Onde há fumaça, há fogo... | ||||
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