Cuiabá, Terça-Feira, 14 de Outubro de 2025
LAVAGEM DE DINHEIRO
14.10.2025 | 11h00 Tamanho do texto A- A+

ANTT veta grupo que faria rodovia em MT por ligação com alvo da PF

Consórcio Rota Agro Brasil teria ligação com Reag, investigada por esquema de lavagem de dinheiro

Caue Diniz/Divulgaçao B3

O ministro da Agricultura Carlos Fávaro, e outros, durante Cerimônia de batida de martelo no leilão da Rota Agro

O ministro da Agricultura Carlos Fávaro, e outros, durante Cerimônia de batida de martelo no leilão da Rota Agro

DA FOLHAPRESS

A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) decidiu, nesta segunda-feira (13), desqualificar o consórcio Rota Agro Brasil, liderado pela construtora Azevedo e Travassos e vencedor de leilão de trechos rodoviários que ligam Goiás e Mato Grosso, realizado em meados de agosto.

 

Até 23 de setembro, o grupo Azevedo e Travassos tinha em seu bloco de controle a gestora de investimentos Reag, investigada por envolvimento em esquema de lavagem de dinheiro e fraudes de combustíveis do PCC na operação Carbono Oculto da Polícia Federal.

 

A justificativa para a decisão, segundo ata de julgamento publicada nesta terça-feira (14), tem "base na irregularidade das certidões trabalhistas dos administradores dos fundos de investimentos consorciados" e também porque o seguro garantia emitido pela Reag "não manteve suas condições regulares, havendo fundado risco à sua exequibilidade e à sua eficiência".

 

A empresa havia apresentado proposta de 19,7% de desconto no pedágio.

 

Com a decisão, o segundo colocado no leilão, um consórcio liderado pela Way Concessões, assumirá a responsabilidade pelas obras, caso passe pelo crivo da ANTT. A oferta vencedora agora é de 19,6% de desconto.

 

Depois de vencer o certame, o consórcio vencedor passa por uma análise de documentos para verificar a qualificação técnica da proponente vencedora. Esse processo é de responsabilidade da Comissão de Outorga, liderada pela ANTT.

 

Procurada, a construtora Azevedo e Travassos não respondeu à reportagem até a publicação deste texto.

 

O motivo do veto ao consórcio vencedor, de acordo com a ANTT, foi a participação da Reag como agente financeiro.

 

Até o mês passado, a Reag era uma das principais investidoras da Azevedo e Travassos, grupo que lidera o consórcio Rota Agro Brasil, composto também por Sobrado Construção e GAE Construção e Comércio.

 

No último dia 23, o fundo de investimento anunciou que saiu do bloco de controle da empresa, depois de vender a participação por meio do Camaçari Fundo de Investimento em Participações Multiestratégia à Nemesis Brasil Participações, holding do presidente do grupo, Gabriel Freire.

 

Além disso, João Carlos Mansur, fundador da Reag, renunciou à presidência do conselho de administração da Azevedo e Travassos e também à posição de membro do colegiado.

 

A operação Carbono Oculto encontrou mais de uma dezena de fundos sob administração da Reag que teriam sido usados para fins ilícitos.

 

A empresa entrou no grupo Azevedo e Travassos há pouco mais de um ano, na ocasião em que a construtora desmembrou sua operação de petróleo e se fundiu com outras empresas controladas pela Reag para aumentar sua atuação no setor de infraestrutura.

 

A oferta de deságio de 19,6% do novo vencedor continua acima do limiar de referência de 18%. Nesses casos, a companhia precisa fazer um aporte de recursos no projeto, que vai inteiramente para a conta da concessão e é utilizado, por exemplo, na execução de obras não previstas. A ideia é evitar ofertas muito ousadas sem compromisso real.

 

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