LAÍSE LUCATELLI
DA REDAÇÃO
O presidente regional do PMDB, Carlos Bezerra, disse que o partido projeta lançar um candidato à sucessão do governador Silval Barbosa (PMDB) em 2014. A sigla quer continuar comandando o Estado após a saída de Silval, que não poderá se candidatar à reeleição.
“O partido vai ter opção para o Estado. Um partido do tamanho do PMDB, com a estrutura que ele tem, não pode ficar fora dessa discussão do Governo, aqui em Mato Grosso”, afirmou Bezerra, em entrevista ao
MidiaNews.
O cacique garantiu que a sigla tem nomes consistentes para a disputa pelo Palácio Paiaguás, mas não quis adiantar quais seriam os possíveis candidatos. Bezerra afirmou que o processo de discussão sobre esse assunto dentro do PMDB terá início no começo do ano que vem.
“Temos nomes, sim, mas prefiro não falar agora, pois não é o momento. Acabamos de sair de uma eleição e estamos no fim do ano. O PMDB vai tratar disso no ano que vem. Vamos começar as discussões internas e o partido vai botar a cara”, disse.
No entanto, atualmente, o PMDB não tem, de fato, opções fortes para a disputa pelo Governo em 2014. O nome mais expressivo é o do próprio Bezerra, que já foi governador, mas há dúvidas se ele voltaria a encarar uma disputa majoritária.
Além disso, o prefeito eleito de Várzea Grande, Walace Guimarães (PMDB), desponta no cenário como nova liderança política da sigla. Porém, ele ainda não tem fôlego para se projetar a uma candidatura a governador, já nas próximas eleições.
Outro fator a ser considerado é que a sigla deve receber o reforço de novos líderes, como o ex-republicano Francisco Vuolo e o polêmico Eder Moraes, que pode ser expulso do PR e já afirmou que quer se candidatar a governador.
No entanto, ambos necessitam de mais densidade eleitoral antes de se lançarem a uma disputa ao Governo.
Outra opção para lançar ao Governo seria receber a filiação do ex-governador Blairo Maggi, que ensaia deixar o PR e já externou sua simpatia pelo PMDB.
Apoio a MaggiPor outro lado, o PR trabalha um projeto de pré-candidatura do senador Blairo Maggi (PR) ao Governo do Estado, e os republicanos já sinalizaram que esperam contar com o apoio do PMDB, em retribuição ao apoio à eleição de Silval. Ele chegou ao cargo de governador em 2010, quando era vice do republicano, e se reelegeu naquele ano.

"O Silval pode ter simpatia pelo Blairo, e é bom que ele tenha esse respeito e o espírito de gratidão. Mas, a questão partidária é impessoal, envolve o interesse do partido"
Além disso, o governador não esconde a simpatia pelo antecessor, e poderia apoiar Maggi em sua tentativa de voltar ao comando do Palácio Paiaguás. Para completar, Maggi já demonstrou interesse em voltar a dividir o palanque com seu sucessor.
Pelo fato de defender a candidatura própria, Bezerra não admitiu a possibilidade de a sigla vir a apoiar novamente uma eventual candidatura de Maggi.
“O Silval pode ter simpatia pelo Blairo, e é bom que ele tenha esse respeito e o espírito de gratidão. Mas, ele é partidário, e vai respeitar a decisão do PMDB. A questão partidária é impessoal, envolve o interesse do partido. Eu acho que Mato Grosso precisa de mais opção”, afirmou Bezerra.
Apesar de, aparentemente, refutar o apoio a Maggi, ele ressaltou que a decisão sobre os rumos para 2014 será partidária, e será tomada no processo de discussão interna da sigla que terá início em 2013.
“O PMDB é um partido extremamente democrático, e o Silval sabe disso. A candidatura dele prosperou em função disso, da estrutura democrática do partido. O partido sempre passa por um processo de discussão, como passou na candidatura dele”, completou o deputado.