LAÍSE LUCATELLI
DA REDAÇÃO
O deputado federal e presidente do PMDB em Mato Grosso, Carlos Bezerra, segundo reportagem do jornal
O Globo, é o primeiro político suspeito de envolvimento no Escândalo do Mensalão a ser processado pela União, com o objetivo de ressarcir os cofres públicos.
Bezerra foi multado pelo Tribunal de Contas da União (TCU) em R$ 15 mil, em 2006, por supostamente ter favorecido o BMG, quando foi presidente do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS), para que o banco oferecesse empréstimos consignados aos aposentados.
Como o peemedebista não pagou a multa, em maio de 2012 a Advocacia Geral da União (AGU) propôs ação de execução da dívida na Justiça Federal em Cuiabá, e pediu o bloqueio de bens do parlamentar.
O deputado, então, fez um acordo para parcelar a dívida, mas não a teria quitado.
O BMG é acusado de envolvimento no Mensalão e, segundo o Ministério Público Federal, teria simulado empréstimos de fachada para o PT e as agências de publicidade de Marcos Valério para abastecer o esquema de pagamento de propina.
Bezerra não foi incluído na Ação Penal 470, julgada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no ano passado e que resultou na condenação de outro deputado federal de Mato Grosso, Pedro Henry (PP), por envolvimento no Mensalão.
No entanto, ele é investigado em outro inquérito, ainda em fase apuração no STF (Leia a reportagem de o Globo na íntegra
AQUI).
Outro lado Em entrevista ao
MidiaNews, Bezerra afirmou que a multa já foi paga. “Essa matéria é velha, requentada. Eu paguei a multa no ano passado, mas não sei por que ainda não foi dado baixa no sistema do TCU. Isso já foi resolvido”, disse.
O deputado afirmou que não foi provado que ele tenha favorecido o BMG.
“Instauraram o inquérito para investigar isso, mas não deu em nada. Eu fui multado por ter acelerado o processo de contratação do banco, mas não provaram que eu tenha favorecido o BMG”, completou.
Ele negou, também, qualquer envolvimento no esquema do Mensalão. “Não existe nada disso. Estão tentando ligar esse inquérito ao Mensalão, mas nada foi provado”, completou.