Botelho: “Fui ludibriado e usado; emenda não era para reality”

O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Eduardo Botelho (União Brasil), afirmou ter sido ludibriado e alegou que não concordou em enviar uma emenda para bancar reality show de influenciadores em Mato Grosso.

A declaração foi feita após o presidente denunciar ao Ministério Público Estadual (MPE) o possível uso irregular de R$ 450 mil em verbas públicas para realizar o confinamento.

“[Estou] de certa forma envergonhado de ter sido ludibriado e usado para isso. O objetivo não era esse”, afirmou.

“Não tinha conhecimento de que tinha confinamento, de que tinha reality. Nunca. Eu nem gosto disso, para mim foi uma surpresa. Imagina se iria liberar e fazer emenda disso, jamais”, disse à rádio Conti.

Segundo Botelho, a ideia inicial era “genial” e prometia criar uma casa com diversos influenciadores regionais que seriam instruídos sobre cultura, gastronomia e economia do Estado.

Após o tempo de “treinamento”, os profissionais deveriam começar a divulgar nas redes sociais as informações que aprenderam como forma de potencializar Mato Grosso.

O presidente disse que o projeto aparentava ser muito mais eficiente para a cultura do que a mera contratação de shows, pois seria uma divulgação a longo prazo. Por isso decidiu aprovar a emenda.

Botelho ainda explicou que, como deputado, não acompanha os projetos depois de aprovar as emendas e alega que ficou a cargo da comissão da Secretaria de Cultura avaliar se as ideias eram produtivas e se deveriam seguir em frente.

Apesar de ter ido à inauguração da casa dos influencers, Botelho disse ter sido surpreendido com a revelação do confinamento e alegou que até aquele momento não tinha conhecimento do que havia virado o projeto.

“Peço desculpa, porque condeno essas coisas, a aplicação dessa forma. Jamais faria isso. Agora é tomar providências. Daqui para frente vou analisar melhor os projetos”, finalizou.

O reality

Segundo divulgou a imprensa, o dinheiro bancou os custos do reality show “Casa Digital MT”, que confinou nove pessoas numa residência situada no Distrito de Bomsucesso, em Várzea Grande. 

O confinamento terminou neste domingo (26) e entregou ao vencedor um prêmio de R$ 25 mil. A organização foi do ex-deputado Jajah Neves.

Os participantes eram Léo Macedo, digital influencer; Leonardo Morato, digital influencer; Hamanda, promotora e social media; Eriosmar Lima, mister Lucas do Rio Verde; Pedro Cunha, palestrante; Regiane Veneruchi, digital influencer; Kátia Arruda, mentora e escritora; Fernado Pezão, comediante e 

Bárbara Breda, criadora de conteúdo.

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