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11.04.2024 | 09h20 Tamanho do texto A- A+

Cinco de MT votaram para soltar acusado pela morte de Marielle

Chiquinho Brazão está preso desde o dia 24 de março por ordem do ministro do STF Alexandre de Moraes

Reprodução

Os deputados federais Abílio Brunini, Amália Barros, Coronel Assis, José Medeiros e Coronel Fernanda

Os deputados federais Abílio Brunini, Amália Barros, Coronel Assis, José Medeiros e Coronel Fernanda

DA REDAÇÃO

Cinco dos oito deputados federais de Mato Grosso votaram a favor de conceder liberdade ao colega Chiquinho Brazão (sem partido/RJ), que está preso desde o dia 24 de março pela acusação de ser um dos mandantes do assassinato da vereadora Mariele Franco (Psol) e de seu motorista Anderson Gomes, ocorrido em 2018 no Rio de Janeiro.

Configurado o estado de flagrância do crime apontado, seja por sua natureza de permanência, seja pelo fato de que os atos de obstrução continuavam a ser praticados 

 

Todos os que votaram contra a prisão são parlamentares de direita e apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). São eles: Coronel Assis (União), Coronel Fernanda (PL), Amália Barros (PL), Abílio Brunini (PL) e José Medeiros (PL). 

 

Já os deputados Juarez Costa (MDB), Emanuelzinho (MDB) e Gisela Simona (União) foram favoráveis à manutenção.

 

A votação ocorreu nesta quarta-feira (10). Ao todo, 277 parlamentares votaram pela manutenção da prisão, enquanto 129 foram contra e houve 28 abstenções.

 

Para manter a preventiva decretada pela Justiça, são necessários os votos da maioria absoluta da Câmara (257 votos).

 

O deputado Chiquinho Brazão foi preso por determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, relator do inquérito. A decisão foi seguida pela 1ª Turma do STF.

 

O Plenário da Câmara acompanhou parecer da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ), de autoria do deputado Darci de Matos (PSD/SC), que recomenda a manutenção da prisão preventiva por crime flagrante e inafiançável de obstrução de Justiça com o envolvimento de organização criminosa.

 

Além do deputado, é acusado de mandante do crime o seu irmão, Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro. O processo passou a tramitar no Supremo porque ambos têm foro privilegiado.

 

O assassinato de Marielle ocorreu em março de 2018, no centro da cidade do Rio de Janeiro. Na época, Brazão era vereador na capital fluminense.

 

Obstrução à Justiça

Ao ler seu parecer em Plenário, o deputado Darci de Matos defendeu a manutenção da prisão do parlamentar concordando com a tese do Supremo de que a medida cautelar era necessária por atos de obstrução à Justiça.

 

Darci de Matos ressaltou que está “claramente configurado o estado de flagrância do crime apontado, seja por sua natureza de permanência, seja pelo fato de que os atos de obstrução continuavam a ser praticados ao longo do tempo”.

 

Quanto à não possibilidade de fiança, o relator seguiu jurisprudência do STF aplicada desde 2015, segundo a qual, se estiverem presentes os requisitos para a decretação da prisão preventiva nos casos concretos, não há lógica ou razoabilidade na concessão de fiança. “Em outras palavras, deveria ser afastada a afiançabilidade de um crime quando presentes os requisitos da preventiva”, disse.

 

Por outro lado, para casos futuros, Matos disse reconhecer a necessidade de se aprofundar o debate em torno da impossibilidade de se conceder fiança nas prisões preventivas. “A nosso ver, deve-se entender como crimes inafiançáveis apenas quando considerados in abstracto, em face de definição constitucional e legal, de que são exemplos o racismo, a tortura, o tráfico, o terrorismo, a ação de grupos armados, aqueles contra a ordem constitucional e o Estado Democrático e os hediondos e equiparados”, afirmou.

 

No entanto, o relator ponderou que as prerrogativas não devem ser mal usadas. “As prerrogativas existem para proteger a atuação parlamentar, em uma lógica de proteção dos interesses coletivos e não individuais”, ponderou Darci de Matos.

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COMENTÁRIOS
23 Comentário(s).

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Marilene   12.04.24 09h38
Esses aí são a vergonha de MT. Só fazem o que o ex_chefe manda. Não se preocupam com os seus eleitores. A população deve dar a resposta para eles na próxima eleição.
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GERSON  12.04.24 08h42
NA REALIDADE ESTAO TODOS QUERENDO QUE AS COMPETENCIAS E PRERROGATIVAS DA CAMARA E CONGRESSO NACIONAL SEJAM RESPEITADAS, TODOS SAO CONTRA A SOLTURA DO ACUSADO, MAIORIA DOS QUE VOTARAM P/ LIBERAR O ACUSADO É PARA QUE SEJA FEITO O PROCESSO LEGAL DO PROCESSO OU SEJA QNDO ACONTECEU O CRIME O ACUSADO NAO ERA DEPUTADO, ENTAO COMO JÁ FOI EXPULSO DO PARTIDO IRIAM AGORA CAÇAR O MANDATO DELE E ENTAO O JUIZ DE PRIMEIRA INSTANCIA PEDIRIA A PRISAO DO MESMO E JULGARIA NA PRIMEIRA INSTANCIA E NAO CONTINUAR COM ESSAS ABERRAÇÕES DO STF COMO ESTAO ACONTECENDO. DAQUI A POUCO NAO VAI MAIS PRECISAR DE JUIZES DAS INSTANCIAS INFERIORES E QUEM VAI FAZER TUDO VAI SER O STF.
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Wilmar Nunes   11.04.24 22h49
Lembrado Vcs deputados ontem foi Mariela, o amanhã pode ser um de vcs 5 que pode esta no lugar dela, Não esquece aqui vcs plantas, aqui mesmo vcs vão colher
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Evaldo Sampaio   11.04.24 20h05
Duas senhoras de mato-grossenses deutadas federais votaram a favor de deputado preso acusado de ser mandante de mandar matar a vereadora Mariele Franco o resto nem merece comentário tem coragem pra tudo que for de ruim para o povo brasileiros vergonha seus dias como políticos esquecidos vai chegar como muitos já estão
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EDIL PEDRO DA SILVA   11.04.24 17h08
Tudo que for de errado, os apoiadores do Bolsonaro votaram a favor. Isso é para os eleitores saberem em quem confiaram seus votos.
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