O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou nesta semana dados sobre os rendimentos domiciliares per capita referentes a 2023. Mato Grosso aparece apenas em 9º lugar, com média de R$ 1.991 de renda mensal por pessoa. O Estado, inclusive, tem a pior colocação no Centro-Oeste.

Os valores foram calculados com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD). Nesse levantamento são considerados os rendimentos como salários, aposentadorias e outras fontes.
Apesar de ser um dado parcial, a pesquisa expõe um cenário econômico de desigualdade em Mato Grosso.
Enquanto é apenas o 9º em renda familiar, no que diz respeito ao PIB (Produto Interno Bruto) per capita o Estado é o 2º colocado, com média anual de R$ 65.426,10 por habitante, ficando atrás apeans do Distrito Federal, conforme os dados mais recentes, de 2021.
O PIB foi acima da média nacional, de R$ 42.247,52. Em relação a este indicador, Mato Grosso fica atrás apenas do Distrito Federal.
O PIB calcula toda riqueza produzida em uma determinada região durante o ano.
Segundo o economista e professor da Unemat (Universidade Estadual de Mato Grosso), Maurício Munhoz, isso ocorre porque o Estado não tem uma boa distribuição de renda.
“Nosso modelo de produção de riquezas é muito concentrador. A maior riqueza que se produz aqui em Mato Grosso é o agronegócio, a soja, o algodão, o gado. Ela concentra muito a riqueza, não distribui direito”, explica.
“A maioria das pessoas não são donas de produção de soja, elas têm um salário. Então, uma economia que paga salários melhores distribui a renda. Em Mato Grosso é pouca essa distribuição, porque, por exemplo, a pecuária emprega poucas pessoas e paga mal”, explicou.
Segundo o economista, essa realidade de Mato Grosso poderia ser diferente caso o Estado se industrializasse, uma vez que este é o setor que paga os melhores salários.
“Esses são dados comprovados. Quem paga mais são as indústrias e depois os serviços especializados ”, disse.
Maior rendimento
Munhoz afirmou que esse processo de mudança já teve início no Estado, porém, ainda de forma inicial, com indústrias de etanol, frigorífico, dentre outras.
No entanto, para que isso se reflita no rendimento de mais famílias, este modelo econômico precisa ser ampliado.
“Em vez de só produzir e colher soja, precisamos fabricar a colheitadeira da soja”, disse.
Veja ranking dos estados:
Reprodução/O Globo
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