A Mesa Diretora deve adiar para fevereiro, quando se iniciar o ano legislativo de 2020, a análise de convocação dos delegados Lindomar Tofoli e Anderson Veiga, citados em uma denúncia do prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB), sobre um suposto uso indevido da Delegacia Fazendária (Defaz).
A informação é do deputado estadual Lúdio Cabral (PT), responsável pelo requerimento que pede que os delegados sejam convocados para se explicarem sobre a denúncia.
“Essa ansiedade da Mesa para votar a reforma da Previdência fez com que a convocação não se materializasse. Muito provavelmente isso vai acontecer só em fevereiro”, disse o deputado ao MidiaNews.
Segundo o parlamentar, os novos desdobramentos do caso exigem que o Legislativo apure a denúncia. Nesta semana, a servidora da Saúde Municipal Elizabete Maria de Almeida admitiu que participou de uma "armação" contra o prefeito.
“Agora tem fatos novos surgindo. O que está por trás dessa armação que a servidora disse. Temos que falar com esses delegados”, afirmou Lúdio.
Entenda o caso
O caso começou após a servidora Elizabete Maria de Almeida, que trabalha no Hospital São Benedito, registrar um boletim de ocorrência na Delegacia Fazendária.
Segundo a mulher, os vereadores Chico 2000 (PL), Ricardo Saad (PSDB) e o ex-vereador e suplente Oseas Machado, que é o atual diretor do São Benedito, estiveram em um jantar na casa do vereador Juca do Guaraná (Avante).
Ela afirmou ter chegado ao local por volta das 23h do dia 21 de novembro e disse ter identificado os políticos e percebido que a reunião ali se tratava da "compra", por parte do prefeito Emanuel Pinheiro, dos parlamentares para que votassem a favor da cassação de Abílio Junior (PSC).
Em seguida, o prefeito protocolou, na Assembleia Legislativa, um pedido para que fosse investigada uma suposta tentativa de articulação na Polícia Civil, visando lhe prejudicar.
Ele relatou que Lindomar Tofoli e Anderson Veiga teriam recebido a incumbência de "incriminá-lo" com base em um boletim de ocorrência de Elizabete.
Os delegados, no entanto, não teriam visto base sólida nas acusações da servidora e teriam se posicionado contra iniciar a investigação. Por conta disso, segundo Emanuel, a alta cúpula da Polícia Civil teria decidido retirar os dois delegados da Defaz. O que de fato aconteceu na mesma semana da denúncia.
Em nota, o delegado-geral da Polícia Judiciária Civil Mário Dermeval de Resende disse repudiar as alegações do prefeito. "A Polícia Judiciária Civil repudia veementemente as falas atribuídas ao atual prefeito de Cuiabá, constantes em matérias publicadas na imprensa, no sentido de que dois delegados de Polícia estariam sendo transferidos da Defaz por 'pressão política' ou por qualquer outro motivo que não seja absolutamente técnico e pautado no interesse da administração pública", afirmou.
Entretanto, Lindomar entrou com um mandado de segurança contra Mário Dermeval buscando a anulação do ato que o transferiu da Defaz para a Delegacia de Polícia Várzea Grande. Ele disse que a transferência não foi justificada e apontou perseguição política.
Na última semana, a servidora Elizabete Maria de Almeida admitiu que participou de uma "armação" contra o prefeito. E revelou que o vereador Abílio, mesmo sabendo que ela não havia participado da festa na casa de Juca, a orientou a manter a versão mentirosa.
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2 Comentário(s).
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João da Costa 10.01.20 11h04 | ||||
O governo está desesperado pra cumprir o prometido em campanha é quer dinheiro a qualquer custo só que subindo o teto da contribuição dos trabalhadores consequentemente sobe o valor do benefício ai como vai ficar? Será que os "intrligentes", deputados fizeram os cálculos ou simplesmente estão jogando a bomba pros próximos gestores? Pra esses atuais tanto a nível municipal, estadual e federal que se dane o próximo e os trabalhadores. | ||||
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Adaildon E M Costa 10.01.20 10h15 | ||||
Palanque politico!!! Quem sangra e a respeitada Polícia Judiciária Civil. | ||||
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