O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Eduardo Botelho (DEM), afirmou que deve convocar na primeira semana de janeiro de 2020 os delegados da Polícia Civil Lindomar Tofoli e Anderson Veiga.
Eles foram citados na denúncia do prefeito de Cuiabá Emanuel Pinheiro (MDB) sobre um suposto uso indevido da Delegacia Especializada em Crimes Fazendários (Defaz), por parte do Governo do Estado.
O requerimento que pediu a convocação dos dois policiais foi aprovado pelos 24 parlamentares nesta semana.
“Foi aprovado e pretendemos chamar os delegados na primeira semana de janeiro. Se possível fazer essa convocação o quanto antes para que eles venham aqui fazer esses esclarecimentos”, resumiu Botelho.
De acordo com Botelho, mesmo com os desdobramentos do caso, que passou a ser investigado pelo Núcleo de Ações de Competência Originária (Naco) - Criminal, do Ministério Público, a Assembleia pretende tomar providências em relação à denúncia de Emanuel.
“O prefeito não falou especificamente da denúncia da servidora. E não é a respeito disso que o delegado fez alguns comentários”, disse.
Entenda o caso
O caso começou após a servidora Elizabete Maria de Almeida, que trabalha no Hospital São Benedito, registrar um boletim de ocorrência na Delegacia Fazendária. Segundo a mulher, os vereadores Chico 2000 (PL), Ricardo Saad (PSDB) e o ex-vereador e suplente Oseas Machado, que é o atual diretor do São Benedito, estiveram em um jantar na casa do vereador Juca do Guaraná (Avante).
Ela afirma ter chegado ao local por volta das 23h do dia 21 de novembro e disse ter identificado os políticos e percebido que a reunião ali se tratava da "compra" dos parlamentares para que votassem a favor da cassação de Abílio Junior (PSC), que é um dos maiores opositores de Emanuel e está em rota de colisão com boa parte dos colegas de Parlamento.
Em seguida, o prefeito protocolou, na Assembleia Legislativa, um pedido para que fosse investigada uma suposta tentativa de articulação na Polícia Civil, visando lhe prejudicar.
Ele relatou que Lindomar Tofoli e Anderson Veiga teriam recebido a incumbência de "incriminá-lo" com base em um boletim de ocorrência de Elizabete.
Os delegados, no entanto, não teriam visto base sólida nas acusações da servidora e teriam se posicionado contra iniciar a investigação.
Por conta disso, segundo Emanuel, a alta cúpula da Polícia Civil teria decidido retirar os dois delegados da Defaz. O que de fato aconteceu na mesma semana da denúncia.
Em nota, o delegado-geral da Polícia Judiciária Civil Mário Dermeval de Resende disse repudiar as alegações do prefeito. "A Polícia Judiciária Civil repudia veementemente as falas atribuídas ao atual prefeito de Cuiabá, constantes em matérias publicadas na imprensa, no sentido de que dois delegados de Polícia estariam sendo transferidos da Defaz por 'pressão política' ou por qualquer outro motivo que não seja absolutamente técnico e pautado no interesse da administração pública", afirmou.
Entretanto, Lindomar entrou com um mandado de segurança contra Mário Dermeval buscando a anulação do ato que o transferiu da Defaz para a Delegacia de Polícia Várzea Grande. Ele disse que a transferência não foi justificada e apontou perseguição política.
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