Cuiabá, Domingo, 6 de Julho de 2025
"TAXADOS COMO BANDIDOS"
31.03.2022 | 16h07 Tamanho do texto A- A+

Comandante-geral diz que operação contra PMs é um "absurdo"

Ação da Polícia Civil e MPE cumpre 81 mandados de prisão temporária contra policiais militares

MidiaNews

O comandante-geral da Polícia Militar, coronel Jonildo José de Assis

O comandante-geral da Polícia Militar, coronel Jonildo José de Assis

DA REDAÇÃO

O comandante-geral da Polícia Militar, coronel Jonildo José de Assis, saiu em defesa da corporação e dos policiais militares que foram alvo da “Operação Simulacrum” deflagrada nesta quinta-feira (31).

 

“O que estão fazendo com os nossos policiais é um absurdo. Eles estão sendo acusados de execuções, quando atuavam em defesa da sociedade e da própria vida”, afirmou o militar.

 

A Polícia Civil deflagrou a Operação Simulacrum para cumprir 81 mandados de prisão temporária contra policiais militares e 34 mandados de busca e apreensão. Segundo as investigações, o grupo de militares teria atuado na morte de 24 pessoas, em Cuiabá e Várzea Grande, além da tentativa de homicídio de, pelo menos, outras quatro pessoas.

O que estão fazendo com os nossos policiais é um absurdo. Eles estão sendo acusados de execuções, quando atuavam em defesa da sociedade e da própria vida

 

Na avaliação de Assis, são fatos tirados de um contexto os casos de homicídios, foram registrados em boletins de ocorrência. Estes, se tornaram inquéritos na PM sob o controle do Poder Judiciário e Ministério Público.

 

"Os nossos policiais e oficiais estavam no combate, em defesa da sociedade. Agora, quem protegeu, resguardou o cidadão de bem, é taxado como bandido. Isso é uma inversão de valores que não vamos permitir que aconteça”, ressaltou

 

“Cada caso deve ser investigado em separado. Agora juntaram todo mundo, como se fosse uma grande quadrilha. São homens que colocam todos os dias a própria vida para defender a sociedade. Que estão frente a frente com bandido. Que saem de casa e não sabem se irão voltar, porque tem como único objetivo proteger o cidadão".

 

"Agora estão todos com o nome e sobrenome expostos na imprensa e o bandido que mata, estupra e rouba não pode divulgar o nome, o rosto a profissão, porque a lei protege. Defendo a instituição, meus homens e suas prerrogativas e o direito a ampla defesa e o contraditório, ninguém pode ser considerado culpado antes de uma sentença condenatória definitiva”, ressaltou.

  

Todos os policiais investigados são ou já estiveram lotados nos batalhões Rotam, Bope e Força Tática do Comando Regional, unidades consideradas especializadas dentro da PM.

 

Imagem da corporação

 

Assis condenou a ação da Policíai Civil, disse que a operação "fortalece a criminalidade" e afasta a confiaça da sociedade na Polícia Militar.

 

"Quem vai querer ser um policial militar de ponta? Quem vai querer ir para a rua proteger a sociedade de uma ameaça real? Quem irá para um confronto ou entrar na mata para capturar criminosos, se não tem a certeza que o sistema está ao lado dele? Quem terá a coragem de proteger o cidadão quando este estiver ameaçado por um bandido armado?”, questionou.

  

Agora estão todos com o nome e sobrenome expostos na imprensa, e o bandido que mata, estupra e rouba não pode divulgar o nome, o rosto porque a lei protege

“Não defendemos ilegalidade, não defendemos nada que vá contra as leis e nossos regimentos. Mas não podemos permitir que a imagem dos nossos homens seja jogada na lama. Eles estavam no exercício da função. Policial tem família e nenhum sai de casa para matar ninguém. Nem entra na viatura e diz 'hoje vou matar um bandido' porque vai passar boa parte de sua carreira respondendo na Justiça. Força letal só é usada para defender o cidadão ou a própria vida”, disparou.

 

Ele ainda afirmou que desde o início da operação a Polícia Militar através da Corregedoria e dos Comandos Regionais envolvidos estão acompanhando todas as conduções e oitivas.

 

"Além disso, as associações ASSOADE, ACS disponibilizaram equipes jurídicas para acompanhar os nossos policiais militares e que eles não estão sozinhos".

 

O comandante afirmou ainda que a PM é única instituição presente nos 141 municípios e que trabalha diuturnamente em prol da sociedade "e conclama que essa mesma sociedade continue confiando na Polícia Militar, afinal são 187 anos defendendo a sociedade mato-grossense".

 

Entenda

 

A operação faz parte das investigações realizadas em seis inquéritos policiais, já em fase de conclusão, relativos a supostos “confrontos” ocorridos na Grande Cuiabá.

 

De acordo com as investigações, os militares envolvidos contavam com a atuação de um colaborador que cooptava interessados na prática de crimes como roubos e furtos. Na verdade, os PMs “armavam uma emboscada” com o pretexto para matá-los. 

 

Após atraí-los a locais ermos, onde já se encontravam os policiais militares, eram mortos, sob o falso fundamento de um confronto. Os responsáveis pela apuração dos fatos reforçam que há farto conteúdo probatório que contrapõe a tese de confronto apresentada pelos investigados.

 

As investigações indicam que a intenção do grupo criminoso era a de promover o nome dos policiais envolvidos e de seus respectivos batalhões.

 

As investigações são conduzidas pela Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) com o apoio do Ministério Público, conduzido pelos promotores de Justiça que atuam no Núcleo de Defesa da Vida.

 

 

Entre no grupo do MidiaNews no WhatsApp e receba notícias em tempo real (CLIQUE AQUI).




Clique aqui e faça seu comentário


COMENTÁRIOS
19 Comentário(s).

COMENTE
Nome:
E-Mail:
Dados opcionais:
Comentário:
Marque "Não sou um robô:"
ATENÇÃO: Os comentários são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do MidiaNews. Comentários ofensivos, que violem a lei ou o direito de terceiros, serão vetados pelo moderador.

FECHAR

Célia Alves Pereira   02.04.22 05h58
Aqui em MT tem As Polícias Mais Competentes da História do Brasil, A Sociedade Tem Orgulho de VCS, Nós nós sentimos seguros, Protegidos e amados pelos nossos Heróis.
7
1
Paulo   01.04.22 14h40
Em todas profissões existem os bons e os maus profissionais...infelizmente é a realidade!!!
14
1
Fernando Magalhães  01.04.22 09h22
Crime é o que estão fazendo com esses valorosos policiais, que cumprem o seu dever de proteger os cidadãos honestos e punir bandidos.
56
22
jose  01.04.22 09h03
A PJC tá certo tem que investigar mesmo, tudo tem que ser dentro da lei, se não vira bagunça, não pode haver justiceiro travestido de policia.
41
64
Rodrigues Filho  01.04.22 08h08
É bom ver esse posicionamento do Comandante Geral da PMMT, há tempos que a Polícia Civil investiga e prepara ações midiáticas contra policiais militares. Agora, o posicionamento da corporação deveria abranger outros casos ocorridos em que policiais foram execrados pela própria instituição, com abertura imediata de conselhos, visando expulsar os policiais. Não é porque agora os policiais, em tese, envolvidos, são de unidades especiais que a corporação se manifesta. A corporação e as associações devem se manifestar em apoio aos seus integrantes todas as vezes que um policial militar for execrado por um fato cometido em serviço. O comandante geral e as associações devem se posicionar não só quando os acusados são de unidades especiais, mas, se posicionar sempre que um membro da corporação se achar nessas situações. Ademais, os responsáveis por essa ação contra policiais militares são, em tese, incompetentes para apurar infrações cometidas em serviço. "Muito pano pra manga".
45
15