O controlador-geral do Município de Cuiabá, Marcus Brito, eximiu o prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) de qualquer eventual responsabilidade sobre a locação de dois imóveis para abrigar a Secretaria dos 300 Anos (SEC 300), sendo que um deles jamais fora usado.
O caso veio à tona na última semana, após denúncia afirmando que o Município teria pago R$ 72 mil para a locação do espaço, que está abandonado. O prédio, localizado na Avenida Getúlio Vargas, é onde funcionava o antigo Restaurante Adriano.
“Não houve dano ao erário, não houve malversação de dinheiro público, não houve negligência, pois o prefeito tomou todas as providências possíveis para que o assunto fosse resolvido. O secretário que é o gestor da Pasta. O secretário não tomou providência nenhuma para resolver a situação e ele é quem tem que ser penalizado”, disse Brito.
Na manhã desta segunda-feira (1º) ele esteve na Câmara de Vereadores para explicar os fatos aos parlamentares. Especialmente, porque existe um pedido de abertura de comissão processante contra o prefeito – em razão deste episódio – e que deve ser colocado em votação na terça-feira (2).
“As dispensas de licitação o prefeito tem que assinar mesmo, mas a execução do contrato é exclusivamente responsabilidade do secretário. Isso que tem que ser esclarecido e é o que passei para Câmara aqui hoje. O prefeito autoriza, mas a execução é do gestor. E o gestor, logicamente, tem que ser responsabilizado por seus atos. O prefeito não”, afirmou.
Após a reunião, o controlador alegou que, em novembro do ano passado, ao tomar conhecimento do assunto, o prefeito determinou a rescisão do contrato, o que não ocorreu.
“Logo que houve a locação do imóvel, o secretário Junior Leite foi transferido para outra secretaria e realmente essa situação ficou em aberto. Prontamente, o prefeito mandou fazer a rescisão contratual. Com a posse da nova secretária, Cely Almeida, em dezembro, ela tomou todas as providências possíveis para que o contrato fosse rescindido”, explicou o controlador.
“Criou-se, entretanto, uma celeuma em torno de uma reforma que houve no imóvel. Depois que decidiu que ali não seria a Sec 300, cogitou-se abrir a Secretaria de Habitação, a própria Secretaria de Comunicação. Enfim, o que houve foi uma falta de planejamento, por isso ficou essa lacuna neste contrato, acrescentou.
Segundo Brito, o prefeito, em muitos casos, não tem conhecimento dos impasses ou dúvidas que acontecem dentro de cada uma das secretarias.
Questionado se uma eventual responsabilidade sobre os fatos recairá ao ex-secretário dos 300 anos, Júnior Leite, ou a atual titular da pasta, Cely Almeida, o controlador explicou que, provavelmente, a ambos gestores.
“Quem assume o ônus de não tomar nenhuma providência para que o fato seja esclarecido. Ela [atual secretária] também entra no bojo do processo de ressarcimento (pelos reparos realizados no prédio). Até porque pega uma situação já esdrúxula e não toma nenhuma iniciativa. Ela também será penalizada”, disse.
Sindicância
Brito reiterou que o prefeito determinou a apuração dos fatos por meio de uma Tomada de Contas.
E, conforme o controlador, será realizada uma investigação, inclusive abrindo prazos para que os envolvidos respondam aos fatos que lhes são imputados.
Por fim, Brito ainda refutou que a prefeitura já tenha dispensado R$ 72 mil para aluguel do imóvel inutilizado.
Segundo ele, o contrato ficou com seis meses de pagamento em aberto.
“Tem seis meses sem pagar o aluguel. Ou seja, foi pago R$ 52 mil em aluguel. O valor gasto com as obras realizadas no local ainda tem que ser apurado. Agora vamos aferir isso através de um corpo técnico, uma perícia de engenheiros”, concluiu.
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6 Comentário(s).
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Ed Brito 01.04.19 15h21 | ||||
Pelo que acabei de ler, houve negligência de todos os envolvidos: Prefeito, secretários e o próprio Controlador. É dever de todo servidor público zelar pelo patrimônio público. | ||||
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luciamartins1958 01.04.19 12h57 | ||||
O corregedor diz que o aluguel não foi pago, estava em atraso> E o prejuízo do proprietário que ficou sem receber? Afinal a posse do imóvel estava com a Prefeitura> | ||||
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Marcos 01.04.19 12h46 | ||||
Não sou eleitor do EP, mas é claro que não é culpa dele essa situação do aluguel. Temos que ser coerentes. | ||||
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Marcio Santana 01.04.19 12h33 | ||||
Quem controla o controlador....quem paga o salário....ah tá | ||||
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J Aparecido 01.04.19 12h01 | ||||
O prefeito que não tiver controle sobre as despesas contraídas em sua gestão tem que ser afastado imediatamente. Quantas outras despesas podem estar sendo contraídas sem necessidade, só para atender apadrinhados ou desviar recursos? | ||||
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