Cuiabá, Domingo, 2 de Novembro de 2025
121 MORTOS NO RIO
02.11.2025 | 11h08 Tamanho do texto A- A+

Datafolha: Cerca de 4,9 milhões tiveram rotina afetada por operação no Rio

Aproximadamente 1,7 milhão afirmou não ter saído de casa e ao menos 1,5 milhão deixou de trabalhar

Tomaz Silva/Agência Brasil

Dezenas de corpos são trazidos por moradores para a Praça São Lucas, na Penha, zona norte do Rio de Janeiro

Dezenas de corpos são trazidos por moradores para a Praça São Lucas, na Penha, zona norte do Rio de Janeiro

MARIANA ZYLBERKAN
DA FOLHAPRESS

Cerca de 4,9 milhões de moradores da capital e região metropolitana do Rio de Janeiro afirmaram ter sofrido mudanças na rotina devido à operação policial nos complexos da Penha e do Alemão, conjuntos de favelas na zona norte, na última terça-feira (28).

 

Segundo pesquisa Datafolha, 47% dos entrevistados disseram ter alterado algo no dia a dia, o que representa quase a metade do universo total do levantamento, correspondente à população de 10,49 milhões com 16 anos ou mais da cidade e seu entorno.

 

Mudanças nas atividades diárias foram relatadas por mais entrevistados na capital fluminense (51%) do que nas cidades do entorno (42%). As mulheres (51%) disseram ter sido mais afetadas dos que os homens (42%).

 

Entre as alterações no cotidiano, a mais citada foi não ter saído de casa (16%), o que corresponde a aproximadamente 1,7 milhão de pessoas, e cerca de 1,5 milhão (14%) deixou de ir trabalhar.

 

O confronto afetou o funcionamento do transporte público na terça e quarta-feira (29), e órgãos públicos e empresas deixaram funcionários em casa, enquanto escolas e universidades suspenderam aulas presenciais.

 

Parcelas menores de entrevistados relataram as seguintes mudanças no dia a dia por causa da ação policial: deixar de ir a escola, cursos e faculdade (7%), sair mais cedo do trabalho (5%), deixar de ir a bares e restaurantes (2%) e alterações de horários de forma geral (2%).

 

Moradores da zona norte foram os que mais relataram não ter saído de casa (23%), seguidos por habitantes da zona sul (15%), zona oeste (13%) e centro (10%).

Entre aqueles que avalariam a ação policial como mal executada, 25% disseram ter ficado em casa. O índice foi de 13% entre aqueles que aprovaram a condução da operação.

 

Parcela maior dos moradores da zona sul (60%) afirmaram não ter mudado em nada a rotina em comparação com quem vive na zona oeste (50%), no centro (46%) e na zona norte (43%). Quem mora fora de favelas não teve mudanças no dia a dia com mais frequência (56%) do que quem vive nessas localidades (46%).

 

A incursão de cerca de 2.500 policiais nos complexos dominados pela facção criminosa Comando Vermelho deixou ao menos 121 mortos, segundo levantamento oficial. A operação superou o massacre do Carandiru, quando 111 presos foram mortos, tornando-se a mais letal do país.

 

A margem de erro da pesquisa é de quatro pontos percentuais para mais ou para menos, com nível de confiança de 95%. Foram realizadas 626 entrevistas por telefone nesta quinta (30) e sexta-feira na capital fluminense e em sua região metropolitana.

 

A maioria dos entrevistados (51%) considera que as operações policiais trazem mais benefícios do que prejuízos para a população local, contra 41% que emitiram opinião oposta.

 

Entre aqueles que aprovam a gestão do governador Cláudio Castro, 81% acreditam que as ações policiais trazem mais benefício do que prejuízos à população. O índice é de 76% entre aqueles que avaliam a gestão como ruim ou péssima.

 

No recorte territorial, os moradores da zona sul se dividem igualmente entre quem acha as operações policiais mais benéficas (49%) do que prejudiciais e quem acha o contrário (49%). Na centro, a discrepância entre as opiniões é maior: 54% acham as ações desfavoráveis e 38%, favoráveis.

 

Entre quem mora em favela, 47% enxergam mais o lado positivo das ações do que o negativo (46%). Entre quem não mora em favelas, há predominância de avaliações favoráveis (53%) do que desfavoráveis (49%).

 

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