Os empresários Dário de Queiroz Galvão Filho e Mário de Queiroz Galvão, executivos do Grupo Galvão, delataram pagamento de propina de R$ 40 milhões ao ex-prefeito de Cuiabá, Chico Galindo (PTB), para que o serviço de saneamento da Capital fosse direcionado à CAB Cuiabá, pertencente ao grupo. A licitação ocorreu em 2011.
A informação consta em um inquérito em tramitação na 7ª Vara Criminal de Cuiabá, instaurado pela Delegacia Especializada em Crimes Fazendários e Contra a Administração Pública (Defaz), que cita os acordos de colaboração premiada firmados pelos irmãos Galvão na Operação Lava Jato.
Ao todo, três inquéritos apuram se houve pagamento de propina e direcionamento da licitação do serviço de saneamento à CAB Cuiabá quando da gestão de Galindo e, por determinação do juiz Jorge Tadeu Rodrigues, foram apensados para evitar duplicidade nas investigações.
A decisão é do dia 10 de dezembro e os inquéritos tramitam sob sigilo.
Consta no documento que as investigações tiveram início após registro de uma denúncia anônima, que relatava que o Grupo Galvão teria realizado pagamento de cerca de R$ 100 milhões em propina para garantir que a CAB fosse detentora da concessão.
Em delação premiada, porém, os irmãos Galvão confirmaram a existência de pagamento de propina no valor de R$ 40 milhões ao ex-prefeito.
O valor teria sido pago, conforme a denúncia anônima, por meio de emissão notas fiscais de serviços emitidos em nome do Grupo Galvão pelas empresas Eletroconstrol/Nhambiquaras, Três Irmãos Engenharia Ltda. e HL Construtora – todas supostamente indicadas por Galindo.
“A quantia teria sido paga por intermédio de diversas pessoas jurídicas indicadas pelo prefeito de Cuiabá, a época dos fatos, o sr. Francisco Galindo. As investigações apontaram que o objetivo da propina era o direcionamento da licitação para Concessão do Serviço de água e esgoto em Cuiabá, na qual a empresa beneficiada foi a CAB – Cuiabá”, diz trecho da decisão.
Concessão polêmica
A concessão do serviço de tratamento de água e esgoto à CAB Cuiabá se deu por meio da Concorrência Pública 014/2011, em meio a polêmicas e discussões na Câmara Municipal, que ao final dos embates, autorizou a licitação.
Anos depois, após a deflagração da Lava Jato, o Grupo Galvão entrou recuperação judicial e a concessão foi repassada ao Grupo RK Partners, criador da Águas Cuiabá, atual administradora dos serviços na Capital.
Outro lado
Por meio de nota, Chico Galindo negou conhecimento de qualquer inquérito para apuração de suposto pagamento de propina e diz confiar na Justiça.
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